CARD. BERTONE: PIO XI PAPA SENSÍVEL À CULTURA E ÀS QUESTÕES SOCIAIS
Cidade do Vaticano, 27 fev (RV) - “Papa Pio XI foi o autor do mais firme e
claro inquérito sobre o nazismo, graças ao acordo que ele mesmo assinou com o Reich
de Hitler, em 1933”. É afirmação feita pelo secretário de Estado, Cardeal Tarcisio
Bertone, ontem, abrindo, no Vaticano, o congresso internacional “A solicitude eclesial
de Pio XI à luz das fontes arquivadas”. O cardeal conferiu uma palestra intitulada
“O maior papa do século XX?”, durante a qual destacou o particular empenho do papa
Ratti contra o nazismo e o comunismo imperantes na época.
Dentre as concordatas
assinadas por Pio XI, a mais contestada foi certamente esta, assinada com a Alemanha.
Muitos o criticaram considerando-o uma ‘concessão’, esquecendo-se de que ele forneceu
à Santa Sé a justificação jurídica e moral para a encíclica 'Mit Brennender Sorge',
o requisitório mais enérgico contra o nazismo, definido como o ‘anticristo’ que pervertia
e falsificava a ordem criada e querida por Deus.
O Cardeal Bertone evocou ainda
o compromisso de Pio XI contra o comunismo ateu, expresso na encíclica Divini Redemptoris
e definiu sua ação pastoral ‘realmente surpreendente’: “Aquele pontífice – observou
o secretário de Estado – soube governar a Igreja com vigor, olhando de um novo ponto
de vista às missões e ao arraigamento católico fora da Europa; foi sensível às questões
emergentes na cultura e encorajou os católicos a um maior engajamento no campo social”.
(CM)