BISPO WILLIAMSON PEDE PERDÃO. SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ COMENTA
Londres, 27 fev (RV) - Dom Richard Williamson, um dos quatro bispos da Fraternidade
de São Pio X a quem o Papa levantou a excomunhão, pediu perdão ontem, quinta-feira
às vítimas do Holocausto e à Igreja pelas declarações nas quais ele tinha negado a
amplidão desse crime contra a humanidade.
Em uma declaração publicada ao regressar
a Londres, depois de ter sido ameaçado de expulsão pelo governo da Argentina, o prelado
explica que o Santo Padre e seu superior, o Bispo Bernard Fellay, pediram que ele
reconsiderasse as declarações que fez a um canal de televisão da Suécia quatro meses
atrás, pois suas conseqüências foram muito fortes.
Segundo explica, “ao observar
essas conseqüências, posso dizer verdadeiramente que lamento ter feito essas declarações,
e se tivesse sabido com antecedência todo o dano e as feridas que provocariam, especialmente
à Igreja, como também aos sobreviventes e entes queridos das vítimas da injustiça
vivida sob o Terceiro Reich, não as teria feito”.
O prelado afirma que na televisão
sueca limitou-se a dar “uma opinião, opinião de uma pessoa que não é historiador,
uma opinião formada vinte anos atrás em virtude de dados que então estavam disponíveis,
e que desde então eu tinha raramente expresso em público”. “A todos aqueles que ficaram
honestamente escandalizados pelas minhas declarações, diante de Deus lhes peço perdão”,
afirma Dom Richard Williamson.
Esta manhã, o diretor da Sala de Imprensa da
Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, disse aos jornalistas que Dom Williamson não escreveu
alguma carta ao Santo Padre ou à Comissão Ecclesia Dei. “Aparentemente, a declaração
do bispo não respeita as condições estabelecidas na Nota emitida pela Secretaria de
Estado em 4 de fevereiro passado, que dizia que ele deve tomar distância publicamente
e de modo inequívoco, de suas opiniões relativas ao Holocausto”. (SP/CM)