Antanarivo, 26 fev (RV) - A Confederação das Igrejas Cristãs de Madagascar,
CICM, solicitou ontem a mediação das Nações Unidas, depois do fracasso de sua iniciativa
para buscar saída à crise que o país está atravessando há semanas.
A CICM
conseguiu estabelecer o diálogo entre o presidente Marc Ravalomanana e seu rival,
Andry Rajoelina, ex-prefeito da capital, mas admitiu que seus esforços não produziram
resultados.
O porta-voz do CICM, o Arcebispo Odon Razanakolona, lamentou que
“não há soluções possíveis para a crise”. Após a desistência da mediação, Rajoelina
convocou seus seguidores para uma reunião hoje na praça "13 de Maio" de Antananarivo,
epicentro das violentas manifestações que desde 26 de janeiro deixaram 120 mortos.
Em 8 de fevereiro, na oração do Angelus, o Papa Bento XVI se disse preocupado
com a situação em Madagascar e fez um chamado para que se restabeleçam a calma e a
convivência civil no país africano.
"Estou vivamente preocupado com o período
particularmente crítico que o país atravessa", disse o papa, ao lembrar "as fortes
tensões políticas que produziram revoltas populares" em Madagascar. Diante disso,
pediu aos fiéis católicos que se unam em oração aos bispos do país para "o retorno
da concórdia, da tranquilidade social e da convivência civil
Andry Rajoelina,
prefeito destituído, se autoproclamou à frente do país e exige a destituição do Presidente
Marc Ravalomanana, acusando-o de desviar verbas públicas e violar a Constituição,
desrespeitando os direitos de expressão e opinião.
As próximas eleições presidenciais
em Madagascar estão previstas para 2011, e Rajoelina não poderá se apresentar, já
que a Constituição exige que os chefes de Estado devam ter mais de 40 anos e ele tem
apenas 34.