Roma, 25 fev (RV) - A agressividade das mensagens midiáticas, tolerada sem
uma oportuna leitura crítica, pode levar a uma “lobotomia da alma”. O perigo é evidenciado
pelo presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, o Arcebispo Dom Gianfranco
Ravasi, que participou ontem de um encontro na Universidade “La Sapienza” de Roma,
organizado pela Associação Athenaeum. O tema do colóquio foi “Capacidade de
entender e de querer. A Influência dos meios de comunicação no juízo e nas escolhas”. Os
jovens são grande consumidores, da rede informática, destacou Dom Ravasi. “São também
consumidores da televisão, daqueles meios que estão “delineando”, um pouco, a sua
identidade e o seu perfil. Na verdade, essa estrada tão simples, tão fácil, apresenta
grandes riscos e armadilhas. Sobretudo, o perigo fundamental de perder o calor do
diálogo e o do encontro interpessoal.
Diante de mensagens que às vezes pretendem
plasmar os jovens à sua imagem, o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura
disse até mesmo já foi usado por parte de estudiosos desses fenômenos – a expressão
de “lobotomia da alma”: os meios procuram retalhar espaços nos quais colocar a pessoa,
excluindo tudo o que não pertence ao seu projeto, que tantas vezes é um projeto somente
comercial.
Dom Ravasi continuou dizendo que segundo os estudiosos provavelmente
ainda não atingimos todas as capacidades que os meios de comunicação têm, que são,
certas vezes, de grande eficácia para a humanidade, mas também de terrível perigo
para a mesma humanidade. Pensamos por exemplo o que será no futuro a interatividade;
será sempre um diálogo, mas será um diálogo frio, não será jamais um diálogo direto.
Então, por esse motivo – destacou ainda o prelado – devemos procurar conduzir novamente
os jovens à vida. A vida é muito mais do que aquilo que aparece em uma tela de TV
ou num monitor de computador. (SP)