2009-02-25 16:09:04

BENTO XVI PRESIDE RITOS DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS


Cidade do Vaticano, 25 fev (RV) - Com a Quarta-feira de Cinzas, hoje celebrada, tem início o tempo forte da Quaresma, em preparação para a Páscoa. Bento XVI preside, esta tarde, na Basílica romana de Santa Sabina no Aventino, a uma celebração da Eucaristia com o rito da bênção e imposição das cinzas. A celebração é precedida de uma procissão penitencial partindo da Igreja de Santo Anselmo.

A Quaresma é também um tempo em que a Igreja nos convida, de modo particular, às práticas penitenciais da oração, esmola e jejum. Na mensagem para a Quaresma deste ano, o Santo Padre convida os fiéis a redescobrirem o valor do jejum. Aproveitando a ocasião, podemos reler esse documento à luz das palavras de Bento XVI pronunciadas no tempo litúrgico quaresmal.

Em sua mensagem para este ano, o pontífice exorta a meditar sobre o jejum feito por Cristo no deserto durante quarenta dias e quarenta noites. "O verdadeiro jejum é finalizado a comer o 'verdadeiro alimento', que é fazer a vontade do Pai" – ressalta:

"O jejum ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte, não nasce certamente de motivações de ordem física, estética, mas nasce da exigência que o homem tem de uma purificação interior que o desintoxique do pecado e do mal, o eduque àquelas renúncias salutares que libertam o fiel da escravidão do próprio eu, o torne mais atento e disponível à escuta de Deus e ao serviço aos irmãos." (Homilia para a missa de Quarta-feira de Cinzas, na Basílica de Santa Sabina, de 21 de fevereiro de 2007)

O jejum, movido pelo amor de Deus, é escolher "livremente privar-nos de algo para ajudar os outros":

"Quem começa a ver Deus (...) vê com outros olhos também o irmão. Descobre o irmão, as suas necessidades. Por isso, a Quaresma, como escuta da verdade, é, ao mesmo tempo, um momento favorável para converter-se ao amor (...) Convertamos-nos necessariamente ao amor!" (Audiência geral de 1º de março de 2006, Quarta-feira de Cinzas)

Jesus foi tentado no deserto: assim – lembrou o papa – quem realmente quiser seguir o Senhor, deve preparar-se para a tentação. E "o jejum é a grande ajuda para evitar o pecado" – explicou o pontífice. Eis então, o que significa entrar no período da Quaresma:

"Significa iniciar um tempo de empenho particular no combate espiritual que nos opõe ao mal presente no mundo, em cada um de nós e em torno a nós. Significa encarar o mal de frente e dispor-se a lutar contra os seus efeitos, sobretudo, contra as suas causas, até a causa última, que é satanás." (Angelus de 10 de fevereiro de 2008)

Bento XVI convida a afrontar esse combate com "um maior compromisso na oração", recordando que "o jejum é a alma da oração", como dizia São Pedro Crisólogo: "quem reza, jejue"

"Sem a dimensão da oração, o eu humano acaba por fechar-se em si mesmo, e a consciência, que deveria ser ressonância da voz de Deus, corre o risco de reduzir-se a espelho do eu, de modo que o colóquio interior se torna um monólogo dando espaço a mil justificações a si próprio." (Homilia para a missa da Quarta-feira de Cinzas, na Basílica de Santa Sabina, de 6 de fevereiro de 2008)

O eu corre o risco de tornar-se um 'deus'. Ao invés, "com o jejum, o fiel quer submeter-se humildemente a Deus, confiando em sua bondade e misericórdia" – escreve o papa em sua mensagem:

"A conversão consiste em aceitar, livremente e com amor, depender totalmente de Deus, o nosso verdadeiro Criador, aceitar depender do amor. Isso não é dependência, mas liberdade. Converter-se significa, então, não buscar o sucesso pessoal – que é uma coisa que passa – mas, abandonando toda segurança humana, colocar-se com simplicidade e confiança no seguimento do Senhor, a fim de que para cada um Jesus se torne – como amava repetir a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá – o meu tudo em tudo." (Audiência geral de 21 de fevereiro de 2007, Quarta-feira de Cinzas) (RL)







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