ESPECIALISTA EM ISLAMISMO ANALISA FUTURO DOS CRISTÃOS NO ORIENTE MÉDIO
Roma, 24 fev (RV) - “É preciso uma pastoral do mundo árabe para deter a hemorragia
dos cristãos do Oriente Médio.” Essa é a afirmação do renomado especialista em islamismo,
o jesuíta Samir Khalil Samir, que numa entrevista à agência de notícias SIR, da Conferência
Episcopal Italiana, analisa o futuro dos cristãos no Oriente Médio.
“Somos
fracos não somente por causa dos muçulmanos, mas também por causa das nossas divisões,
pela falta de visão única. É preciso uma política comum e construir um projeto não
contra, mas com os muçulmanos”, afirma o estudioso, para o qual a recente proposta
de um Sínodo sobre os cristãos no Oriente Médio é “justificada, porque até quando
enfrentarmos o problema da emigração cada um por conta própria, não se encontrará
uma solução. O nosso objetivo, disse ele, é criar uma cidade e uma civilização comuns,
ter juntos um projeto de sociedade válido para os mais fracos, sem extremismos”.
Todavia,
o futuro dos cristãos no Oriente Médio “está também ligado ao conflito interno do
mundo muçulmano para separar a religião da política, em uma palavra, descobrir a laicidade.
Os cristãos são os mais fortes defensores da laicidade que significa liberdade. Tantos
muçulmanos, ao invés, a vêem como ateísmo”. Contudo, “o fim do Cristianismo no Oriente
Médio não será a vitória do Islamismo. O islã – conclui o jesuíta – terá expulsado
a diversidade, mas sem ela irá retroceder”. (SP)