2009-02-23 18:21:16

TEÓLOGO NICOLA BUX RESSALTA QUE PRIMADO DE PEDRO ESTÁ A SERVIÇO DA UNIDADE E DA DIVERSIDADE DA IGREJA


Cidade do Vaticano, 23 fev (RV) - No Angelus de ontem, domingo, Bento XVI, dirigindo-se aos presentes na Praça São Pedro para a oração mariana, pediu a todos que o acompanhassem com as suas orações, a fim de que ele pudesse cumprir fielmente a alta missão que a Providência divina lhe confiara como Sucessor de Pedro.

Tratou-se de uma invocação significativa na Festa da Cátedra de São Pedro, ocasião que deu ao pontífice a oportunidade de refletir sobre o valor e a atualidade do primado do bispo de Roma. Falando sobre o papel primacial da Igreja de Roma, o papa citou Santo Inácio de Antioquia e Santo Irineu de Lion, como também o Concílio Vaticano II.

Sobre essa peculiaridade do ministério petrino, a Rádio Vaticano entrevistou um consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, o teólogo Pe. Nicola Bux. Eis o que disse:

Pe. Nicola Bux:- "Como muitos invocam a fidelidade ao Concílio e sempre houve uma preocupação no sentido de que essa fidelidade não seja esquecida, não se caia no esquecimento, justamente, o Santo Padre recordou no Angelus a Constituição Lumen Gentium. Mencionou a passagem precisa da Lumen Gentium que diz que na comunhão eclesiástica se encontram legitimamente as Igrejas particulares, que gozam de tradições próprias, permanecendo íntegro o primado da Cátedra de Pedro, ou seja, a presidência, a comunhão universal da caridade e a tutela das variedades legítimas. Recordemos que se São Francisco de Assis não tivesse encontrado o primado de Pedro, o seu movimento, o seu carisma, provavelmente não teria podido difundir-se, como se deu; teria ficado fechado, talvez localmente também sufocado. Cada particularidade na Igreja toma força da unidade com o todo."

P. Pe. Bux, portanto, obediência e autoridade, mas também caridade e unidade?

Pe. Nicola Bux:- "Certamente, jamais se podem separar essas coisas. O Santo Padre, no discurso que fez dias atrás no Seminário Romano, insistiu sobre a importância da comunhão. Portanto, a comunhão consiste no pertencer ao único corpo, isto é, no sentir-se, cada um, parte do outro. Ninguém é auto-suficiente, nenhum indivíduo e nenhuma comunidade. Naturalmente, essa é a lei da caridade, é a prática da caridade, do amor. Quando não se coloca essa consciência em prática – como o Santo Padre recordou no Seminário Romano – nascem polêmicas, que o papa identificou numa fé que degenera em intelectualismo, ou seja, praticamente o dar o primado à inteligência das coisas, e não, ao invés, ao crer que o Corpo de Jesus Cristo, ao qual pertenço, é maior do que eu." (RL)







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