2009-02-23 12:00:44

BISPO HAITIANO PAZ APELO EM PROL DO SEU PAÍS


Cap-Haitien, 23 fev (RV) – Não é um momento fácil para o Haiti: desde o início de 2004, de fato, o país encontra-se no centro de uma revolta popular que causou desordens e violências e levou à queda do regime do presidente Jean-Bertrand Aristide, atualmente em exílio na África do Sul. Até 7 de fevereiro de 2006, o país fora administrado por um governo “ad ínterim”. Em seguida, foram realizadas eleições presidenciais que, entre muitos protestos e acusações de fraude, deram a vitória Réné Préval. Atualmente, no Haiti está presente uma missão da ONU para a reconciliação nacional, guiada pelo Brasil, mas a população é extremada, com 80% dos habitantes que vive com menos de dois dólares ao dia.

Sobre essa dramática situação fala o arcebispo de Cap-Haitien, Dom Louis Kébreau, e presidente dos bispos locais. Em uma entrevista concedida à agência Apic, o prelado afirma: “Nos encontramos ainda num túnel, enquanto os políticos fazem somente bonitas promessas. São muitos aqueles que fogem clandestinamente a bordo de barcos, pagando ingentes somas a pessoas sem escrúpulos”.

O bispo recorda em seguida as muitas catástrofes naturais que atingiram o Haiti, como os furações Fay, Gustav, Hanna e Ike, que causaram “uma grande perda de vidas humanas, destruíndo as culturas locais”.

Hoje, seria necessário o reflorestamento, continua Dom Kébreau, pois “para obter a madeira as pessoas cortam as árvores, mas como não tem dinheiro para a replantá-las quando chegam as chuvas nada consegue deter as águas”. A situação se revela ainda mais difícil nas áreas rurais onde, afirma o prelado, “faltam estradas, água potável, eletricidade e esgoto”. Todavia, reafirma o presidente dos bispos haitianos, “Haiti não está em guerra. Este país tem somente necessidade de soluções estáveis para o seu desenvolvimento”.

Fundamental, então, neste contexto, a ajuda da Igreja que “muitas vezes é a única a intervir – sublinha Dom Kébreau -. No dia 8 de dezembro de 2007 – continua o prelado - lançamos o movimento “A Igreja do Haiti em missão” e trabalhamos nas escolas, nas paróquias, organizando projetos de desenvolvimento, de educação e de saúde no meio rural e nos bairros populares das cidades”.

O apelo final é para que se coloquem em prática os ensinamentos do Evangelho, evitando toda forma de individualismo, “porque é no coração da miséria que devemos buscar a esperança”, finaliza o bispo. (SP)







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