NÚNCIO APOSTÓLICO FALA DA GRAVE SITUAÇÃO HUMANITÁRIA EM SRI LANKA
Colombo, 21 fev (RV) - Registram-se, nestas horas, novas violência em Sri Lanka.
Dois aviões ultraleves dos rebeldes do movimento separatista dos Tigres de Libertação
da Pátria Tâmil (LTTE na sigla em inglês) – mais conhecidos como Tigres Tâmeis – atacaram,
na noite passada, a capital Colombo. Numa ação ousada, bombardearam algumas sedes
do ministério da Fazenda e outras repartições do governo, causando a morte de duas
pessoas e deixando outras 44 feridas, em conseqüência das explosões.
A ação
dos Tâmeis é uma resposta ao avanço do exército cingalês contra as bases dos rebeldes
– localizada no norte da Ilha – cujos confrontos se aproximam de seu desfecho final
com a derrota, ao que tudo indica, do movimento separatista.
A guerra civil
no país asiático teve início em 1983, deixando de lá para cá um rastro de morte e
destruição, com mais de 70 mil vítimas. Mas qual significado se pode dar a esse último
preocupante episódio? Foi o que a Rádio Vaticano procurou saber do recentemente nomeado
núncio apostólico na Síria, Dom Mario Zanari, mas ainda responsável pela nunciatura
em Sri Lanka?
Dom Mario Zanari:- "Há quem interprete esse episódio como
um dos últimos atos, considerando que do ponto de vista militar os Tigres Tâmeis se
encontram confinados numa pequeno porção de terra, cerca de 85-90 quilômetros quadrados,
portanto, tudo indica a derrota para o movimento separatista. Certamente, mais do
que outra coisa, o que impressiona é a situação da população civil, inda confinada
nessa pequena porção de terra no nordeste do país."
P. Justamente por isso,
que preço a população está pagando em termos humanitários?
Dom Mario
Zanari:- "A comunidade internacional está muito preocupada com a sorte dessa população
civil, que agora tem a possibilidade de ir para uma faixa de terra de doze quilômetros
de comprimento e dois de largura, rumo ao mar, definida pelas autoridades de Colombo
como uma 'zona de não combate'. Porém, recentemente foram registrados incidentes,
com 100 mortos e mais de 200 feridos. Naturalmente, as partes beligerantes se acusam
reciprocamente. O povo está cansado, a situação dos feridos é muito dramática. Temos
nessa área cerca de 25 sacerdotes e 30 religiosas, que se encontram junto às suas
comunidades. A descrição que fazem é muito dramática." (RL)