LIBERTADAS AS DUAS RELIGIOSAS ITALIANAS SEQÜESTRADAS EM NOVEMBRO PASSADO NO QUÊNIA
Roma, 19 fev (RV) - As Irmãs Caterina Giraudo e Maria Teresa Oliviero, religiosas
do Movimento Contemplativo Missionário Padre de Foucauld, de Cuneo, noroeste da Itália,
seqüestradas no dia 9 de novembro passado no confim entre o Quênia e a Somália, foram
finalmente libertadas. Elas haviam sido seqüestradas por um comando de cerca de 200
homens armados, na cidade de El Wak, no nordeste do Quênia, no confim com a Somália.
A
notícia da libertação das religiosas foi acolhida com grande entusiasmo. Os sinos
badalaram em tom de festa, ao tempo em que a comunidade se reunia em oração. Agora
todos na comunidade religiosa, cerca de cinqüenta pessoas, festejam a libertação das
duas coirmãs. Também foi expressa grande alegria, em nome do papa, pelo diretor da
Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.
De fato, registra-se um
clima de grande euforia na sede da Comunidade do movimento contemplativo missionário
"Charles de Foucauld", na referida localidade italiana.
"Estávamos todos na
capela reunidos em oração, quando chegou essa belíssima e inesperada notícia" _ disse
à agência SIR (Serviço de Informação Religiosa) o Irmão Giovanni Marinchino.
O
religioso ressaltou que é um momento de grande euforia, acrescentando que as duas
irmãs se encontram agora na embaixada italiana em Nairóbi, no Quênia. Ele acredita
que dentro de poucos dias elas deverão voltar para a Itália.
A Rádio Vaticano
conseguiu entrevistar as duas religiosas. Eis o que nos disse Irmã Caterina Giraudo:
Irmã
Caterina Giraudo:- "Estou feliz, grata, sem palavras, junto à minha coirmã Maria
Teresa. Ressuscitamos, estamos felizes, e não temos palavras para agradecer por tudo
aquilo que foi feito, não somente para libertar-nos, mas também por aquilo que vivemos.
Muitas pessoas estiveram unidas a nós na oração, no pensamento, com o afeto e a ansiedade.
Nós sabíamos disso, estávamos certas, porém agora sentimos na pele. Somos muito gratas."
R.
Irmã Caterina, como vocês viveram estes dias?
Irmã Caterina Giraudo:-
"Foram 102 dias, passados com muita angústia. Porém, quisemos ocupar o nosso tempo
na oração e a oração nos salvou, nos sustentou: fé e oração, a certeza de que não
estávamos sozinhas. Embora fisicamente não sentíssemos nada, tínhamos, porém, a certeza
de que Deus estava conosco. E tínhamos a certeza de que muitas pessoas rezavam por
nós. Portanto, foi uma força imensa. Ademais, as pessoas que nos mantinham como reféns
nos trataram bem."
P. Também a Irmã Maria Teresa Oliviero manifestou grande
felicidade:
Irmã Maria Teresa Oliviero:- "Estou bem. Estou feliz,
imensamente feliz por estar de pé, livre no Quênia, com tanto afeto ao meu redor.
Estão fazendo muita festa, estamos todos muito contentes."
P. O que a senhora
pode nos falar, neste momento, sobre esses mais de 100 dias de cativeiro. O que pensou
durante esses dias?
Irmã Maria Teresa Oliviero:- "Procurava não
pensar muito, porque se pensasse em alguém ou em algo, era pior. Então eu procurava
encarar serenamente essa situação. Mas tivemos muita angústia. Muitos dias sem notícias,
o tempo era muito longo. Procuramos nos encorajar reciprocamente. Irmã Caterina sabe
um pouco de somali e criamos uma bela amizade com os nossos seqüestradores. Queremos
agradecer ao Santo Padre que se fez muito próximo a nós. Muito obrigado, obrigado
mesmo!" (RL)