IGREJA CONGOLESA PREOCUPADA COM PRESENÇA DE EXÉRCITOS ESTRANGEIROS
Kinshasa, 18 fev (RV) - Os bispos da República Democrática do Congo manifestaram
sua preocupação com as operações conduzidas por militares estrangeiros no leste do
País, numa mensagem publicada no final da reunião do Comitê Permanente da Conferência
Episcopal congolesa (CENCO), realizada em Kinshasa de 9 a 12 de fevereiro.
Há
algumas semanas, atuam na região da RDC as tropas de Uganda e Ruanda. O exército ugandense
lidera, desde a metade de dezembro, uma ofensiva contra os rebeldes ugandenses do
Exército de Resistência do Senhor (LRA). Já as tropas de Ruanda estão empenhadas,
com o auxílio e o consenso das autoridades congolesas, numa operação contra os milicianos
hutus ruandeses das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), cujas bases
estão na região congolesa do Kivu Norte.
As populações locais sofrem as consequências
dessas operações militares, seja pelas represálias aos civis congoleses, seja pelas
violências cometidas pelos próprios militares. No Congo, discute-se agora a duração
das operações dos dois contingentes estrangeiros.
"A população, consumida
pela guerra e inquieta com a presença dos exércitos estrangeiros, não deseja uma nova
prorrogação da sua presença" – escrevem os bispos, que convidam o Parlamento a equipar-se
dos meios para acompanhar as operações militares, para assegurar que estas contribuam
para a verdadeira paz, protegendo a soberania nacional e a integridade territorial
do país. (BF)