2009-02-16 17:19:48

PAPA ALENTA TRABALHO DA FUNDAÇÃO JOÃO PAULO II PARA O SAHEL


Cidade do Vaticano, 16 fev (RV) - O secretário de Estado, Card. Tarcisio Bertone, enviou uma mensagem aos participantes em Uagadugu, Burkina Fasso, do evento que comemora os 25 anos da Fundação João Paulo II para o Sahel.

O cardeal recorda que a Fundação, nesses 25 anos, ofereceu uma ajuda permanente à Igreja Católica na luta contra a seca, a fome e a desertificação – males que prejudicam uma vida digna para as populações.

O Secretário de Estado recorda o "gesto profético" de João Paulo II, que permitiu aos cristãos trabalharem em colaboração com muçulmanos e pessoas da religião tradicional africana, em benefício de todos, sem distinção.

"O Papa Bento XVI agradece a Deus pelo trabalho desempenhado nesses 25 anos e invoca o Senhor para que a generosidade de todos permita à Fundação prosseguir eficazmente sua luta contra os males que, nos países do Sahel, impende às populações alcançarem um desenvolvimento autêntico" – escreve o Card. Bertone.

Ele conclui afirmando que a viagem que o Santo Padre realizará no mês de março, assim como a II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, são sinais eloqüentes do importante lugar ocupado pelo continente africano na vida da Igreja universal e do afeto especial que o Papa Bento XVI nutre por toda a África.  De Uagadugu, o secretário do Pontifício Conselho “Cor Unum”, Mons. Karel Kasteel, que há 15 anos é o Observador da Santa Sé junto à Fundação, explicou as razões que levaram o papa João Paulo II a criar, 25 anos atrás, a Fundação para o Sahel:

“Logo após sua eleição, o Papa João Paulo II decidiu visitar, primeiramente os países mais pobres, e certamente, os nove países do Sahel estão entre os mais pobres do mundo. Não possuem recursos naturais, seus colonizadores não se preocuparam muito com isso, e sua realidade climática é muito dura. A água é pouca, e mal chega, já desaparece. Portanto, é necessário construir cisternas, poços, fazer tantas obras, assim como se faz na Europa e em outros continentes. Mas para um esforço tão gigantesco, em prol de 150 milhões de pessoas, precisamos estar unidos. O papa quis dar um exemplo de colaboração entre cristãos, muçulmanos e animistas, e isso significou um grande sucesso, pois hoje, nestes nove países, a Fundação goza de um enorme prestígio”.

Mons. Kasteel explica a especificidade da Fundação João Paulo II para o Sahel:

“Em primeiro lugar, o papa estabeleceu que as decisões seriam tomadas localmente; ou seja, os nove bispos administradores – que representam os nove países – decidem sobre o destino das verbas, as prioridades, e o que é mais importante a longo prazo, quando se trata de projetos de desenvolvimento. Assim sendo, não há imposições européias ou americanas. A Fundação tem sua sede operativa extra-territorial em Uagadugu – cidade com 2 milhões de habitantes – enquanto a sede legal se encontra no Pontifício Conselho Cor Unum, no Estado da Cidade do Vaticano. Outra característica da Fundação é que as três maiores religiões do Sahel trabalham juntas, e contam com a colaboração de grandes especialistas israelenses no campo hídrico. Em Israel, como sabemos, foi desenvolvida a técnica da ‘gota a gota’; isto é, com pouca água, pode-se criar, do deserto, grandes extensões de terreno para o cultivo, já que um dos objetivos da Fundação é encontrar meios para combater a desertificação".

O secretário do Pontifício Conselho “Cor Unum”, Mons. Karel Kasteel, revela os resultados concretos obtidos pela Fundação:

“Os resultados são muitos. Foram oferecidas várias bolsas de estudo, e muitos jovens e adultos, puderam estudar, de modo especial, as técnicas necessárias de ajuda aos habitantes locais. Os resultados são visíveis a quem visita a África. Por exemplo, eu fui a diversos lugares, desde as hortas da periferia da capital de Mali, Bamako, onde as mulheres cultivam legumes e aquilo de que suas famílias precisam... e tantos outros lugares, como por exemplo, as Ihas de Cabo Verde, onde foram construídas cacimbas para recolher a água. Antes, as pessoas caminhavam quilômetros a pé, sob o sol, e hoje, começam a ter a água perto de suas casas”. (CM/BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.