Em Cabo Verde e Guiné Bissau a desertificação e a desnutrição são campo privilegiado
para projectos financiados pela Fundação “João Paulo II para o Sahel”
(13/2/2009) Foram revelados os resultados da acção desenvolvida pela Fundação “João
Paulo II para o Sahel”, que desenvolve uma série de projectos em nove países africanos,
incluindo Cabo Verde e Guiné-Bissau. Segundo uma nota oficial do Conselho Pontifício
“Cor Unum”, em Cabo Verde a acção da Fundação tem como principal objectivo o combate
à “erosão maciça do solo”. Na zona de São Filipe, Ilha do Fogo, a Fundação do
Vaticano apoiou a construção de quatro diques que “ajudaram a reduzir o fenómeno e
utilizar a água recuperada para resitituir à agricultura e à pastorícia zonas que
se estavam a desertificar”. A vegetação multiplicou-se imediatamente, ajudando a “prevenir
a extinção de muitas espécies animais”. Em Campanas, a Fundação financiou a plantação
de uma floresta de eucaliptos, acácias e árvores de fruto, destinadas a combater a
fome e à produção de lenha, “bem precioso e muito procurado”. Quanto à Guiné-Bissau,
o organismo do Vaticano está empenhado na luta contra a malnutrição, “particularmente
perigosa para os recém-nascidos e as mulheres grávidas”, promovendo a produção de
produtos multivitamínicos à base de frutos locais e graças à difusão da medicina natural,
de tradição secular no país. Esta Fundação, instituída por João Paulo II a 22
de Fevereiro de 1984, é confiada ao Conselho Pontifício “Cor Unum” e tem a finalidade
de ajudar as populações do Burkina Fasso, Níger, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia,
Senegal, Gâmbia e Chade. O organismo tem por objectivo formar animadores, agentes
sanitários, hidráulicos, talentos civis, mecânicos, agricultores, criadores de gado
e silvicultores. O seu trabalho passa pela gestão e protecção dos recursos naturais,
a luta contra a sede e a desertificação, o desenvolvimento rural e a luta contra a
pobreza, procurando envolver activamente as populações locais, com abertura às diversas
religiões. Só em 2008, foram financiados 208 projectos nos referidos países, num
valor total que supera os dois milhões de dólares. Segundo o Vaticano, são “iniciativas
exemplares, que mudam a vida de aldeias inteiras, envolvendo as comunidades locais”.