2009-02-11 11:30:28

AUDIÊNCIA GERAL: CATEQUESE SOBRE SÃO JOÃO CLÍMACO


Cidade do Vaticano, 11 fev (RV) – Bento XVI encontra-se reunido, neste momento, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com milhares de fiéis e peregrinos, de diversas partes do mundo, para a audiência geral de quarta-feira.

Em sua catequese de hoje, o Papa iniciou uma nova série de reflexões. Depois do longo ciclo dedicado à pessoa de São Paulo Apóstolo, Bento XVI começou a falar sobre os grandes Escritores Eclesiásticos da Idade Média, iniciando com São João Clímaco.

São João Clímaco viveu nas montanhas do Sinai como eremita e monge, numa época de profunda crise, por causa das invasões dos bárbaros. Sua vida se caracterizou por um intenso amor a Deus e aos irmãos.

João Clímaco escreveu um tratado de vida espiritual intitulado “A escalada do Paraíso”, no qual descreve o caminho que um monge deve percorrer, desde a renúncia do mundo até a perfeição do Amor.

Na primeira fase, trata da ruptura com o mundo, para voltar ao estado da infância espiritual. Depois, a luta espiritual contra as paixões para atingir as virtudes. Na última etapa da perfeição cristã, a alma, ao alcançar o estado de serenidade, se prepara para a oração do corpo e do coração.

O autor do tratado conclui com a apresentação das três virtudes teologais, fé, esperança e caridade, ressaltando, com São Paulo, a primazia da caridade sobre as demais virtudes.

Mas qual a atualidade desta obra? Segundo o papa, trata-se de um símbolo profético que revela o que é a vida do batizado, em comunhão com Cristo, com a sua morte e ressurreição. Para o pontífice, é significativo o fato de que os últimos degraus sejam, ao mesmo tempo, as virtudes fundamentais, iniciais, mais simples: a fé, a esperança e a caridade.

"Essas virtudes não são acessíveis somente a heróis morais, mas são dom de Deus a todos os batizados. O início é também final, o ponto de partida é também o ponto de chegada: todo caminho vai sempre em uma direção mais radical de realização de fé, esperança e caridade."

O pontífice acrescentou que a fé é fundamental, porque implica que eu renuncie à minha arrogância, ao meu pensamento; à pretensão de julgar sozinho, sem confiar nos outros.

Este caminho rumo à humildade é necessário. É preciso, disse o papa, superar a atitude de arrogância que me faz afirmar: eu sei mais agora no século XXI do que eles poderiam saber naquela época. "A nossa alma pode crescer somente se confiarmos na Palavra de Deus" – concluiu Bento XVI.
Ao término da sua catequese, o Papa cumprimentou os presentes em nove línguas, entre as quais o português:

"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os de Portugal, das Paróquias de São Martinho de Lordelo do Ouro, Cristo Rei de Santa Bárbara Gaia, Santa Eulália de Águeda e de Nossa Senhora de Lourdes de Coimbra. A todos faço votos de uma feliz estadía na Cidade Eterna, e que este encontro com o Sucessor de Pedro reforce os propósitos de unidade e de comunhão na única fé, em Cristo Jesus Nosso Senhor. Que Deus vos abençoe e vos ampare, pela intercessão da Virgem de Fátima". (MT/BF) RealAudioMP3







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