Eluana Englaro morreu três dias depois de lhe ter sido interrompida a alimentação
e hidratação. A sua morte seja motivo de reflexão serena para todos .
(10/2/2009) Eluana Englaro, a jovem mulher em coma vegetativo persistente há 17 anos,
morreu esta segunda feira, três dias depois de lhe ter sido interrompida a alimentação
e hidratação. No momento da sua morte o Senado italiano estava reunido em sessão
de emergência para examinar um projecto de lei apresentado pelo governo para impedir
a morte da jovem mulher. Não era alimentada há quatro dias, seguindo a ordem judicial
para desligar os meios que a mantinham presa à vida. "Que o Senhor a receba e perdoe
àqueles que a conduziram a isso", comentou o presidente do conselho pontifício para
a pastoral da saúde o cardeal Javier Lozano Barragan, para o qual este não é o momento
de criar polémicas , mas sim de ‘espírito de perdão e de reconciliação’.
O
Padre Federico Lombardi, Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, emitiu um comunicado,
com as seguintes palavras:
“Perante a morte, o fiel recolhe - se em oração
e confia a Deus a alma de Eluana, uma pessoa a quem desejamos o bem e que nos últimos
meses se tornou parte da nossa vida”. Agora que Eluana está em paz, desejamos que
o seu caso, após tantas discussões, seja motivo de reflexão serena para todos. Com
responsabilidade, no devido respeito do direito à vida, no amor e na assistência atenta
aos mais vulneráveis, devemos encontrar os melhores caminhos para assistir as pessoas
que não são auto-suficientes e dependem totalmente de outras. A morte de Eluana deixa
uma sombra de tristeza por causa do modo como ocorreu; mas para o cristão, a morte
física nunca é a última palavra. Também em nome de Eluana, continuaremos a procurar
os caminhos mais eficazes para servir a vida”. A Conferência Episcopal Italiana
(CEI) emitiu uma breve nota a respeito da morte de Eluana Englaro, falando num momento
de “enorme dor”. Os Bispos lamentam que “as orações e os apelos de tantos homens de
boa vontade não tenham sido suficientes para preservar a frágil existência” de Eluana,
“que apenas precisava de cuidados amorosos”. Depois de referir a “dignidade da
pessoa e o valor inegociável da vida, sobretudo quando está indefesa”, a CEI apela
a todos para que “nunca diminua esta paixão pela vida humana, desde a sua concepção
ao seu fim natural”. O presidente da CEI, D. Angelo Bagnasco, afirmou hoje que
a Itália precisa de uma lei que evite novos casos como o de Eluana Englaro, manifestando
"grande dor e perturbação" perante esta morte. O Arcebispo pediu a Deus que ilumine
todos "para que a ferida da morte de Eluana seja curada".