2009-02-09 13:04:42

“A fé e a adesão a Jesus Cristo impõem que os fiéis católicos, se tornem instrumentos de reconciliação e de fraternidade, na verdade, na justiça e no amor”: Bento XVI ao novo Embaixador do Brasil junto da Santa Sé


(9/2/2009) Recebendo nesta segunda-feira as Cartas Credenciais do novo Embaixador do Brasil, Luiz Felipe Seixas Corrêa, Bento XVI congratulou-se com o recente Acordo entre a Santa Sé e aquela República Federativa e fez votos de que os católicos brasileiros contribuam eficazmente para o progresso da nação, no respeito dos valores humanos fundamentais.

“Os objetivos, o da Igreja, na sua missão de natureza religiosa e espiritual, e o do Estado, apesar de distintos, confluem num ponto de convergência: o bem da pessoa humana e o bem comum da Nação” – sublinhou o Papa. Como observou um dia João Paulo II, “o entendimento respeitoso, a preocupação de independência mútua e o princípio de servir melhor o homem, dentro de uma concepção cristã, hão-de ser factores de concórdia cujo beneficiário será o próprio povo".

Bento XVI congratulou-se com “a convergência de princípios” entre a Sé Apostólica e o governo brasileiro “no que diz respeito às ameaças à Paz mundial, quando esta se vê afectada pela ausência da visão de respeito ao próximo em sua dignidade humana”. “O recente conflito no Médio Oriente prova a necessidade de apoiar todas as iniciativas destinadas a resolver pacificamente as divergências havidas” – acrescentou ainda o Papa, que prosseguiu reiterando “a esperança de que, em conformidade com os princípios que zelam pela dignidade humana, dos quais o Brasil sempre se fez paladino, se continuem a fomentar e divulgar os valores humanos fundamentais, sobretudo quando se trata de reconhecer de maneira explícita a santidade da vida familiar e a salvaguarda do nascituro, desde o momento da sua concepção até o seu termo natural”. No que diz respeito às experiências biológicas, “a Santa Sé vem promovendo incansavelmente a defesa de uma ética que não deturpe e proteja a existência do embrião e o seu direito de nascer”.

Referindo, “com satisfação”, o facto de o governo brasileiro, “em clima de solidariedade e de mútuo entendimento”, “apoiar iniciativas destinadas a favorecer a luta contra a pobreza e o despreparo tecnológico, tanto a nível nacional como internacional”. O Papa fez votos de que ser prossiga no Brasil “a política de redistribuição da renda interna”, em ordem a “uma maior justiça social, a bem da população”. Mas fez questão de sublinhar que, “para além da pobreza material, incide de maneira relevante a pobreza moral que grassa pelo mundo afora, inclusive ali onde não se carece de bens materiais”. De facto (advertiu), “o perigo do consumismo e do hedonismo, aliado à falta de sólidos princípios morais que norteiem a vida do simples cidadão, torna vulnerável a estrutura da sociedade e da família”. Assim, “nunca é demais insistir na urgência de uma sólida formação moral a todos os níveis, inclusive no âmbito político, face às constantes ameaças geradas pelas ideologias materialistas ainda reinantes e, particularmente, à tentação da corrupção na gestão do dinheiro público e privado. A esta finalidade, o cristianismo pode proporcionar uma válida contribuição”, sendo como é “uma religião de liberdade e de paz e está ao serviço do verdadeiro bem da humanidade”. “É na esteira destes valores que a Igreja continua a oferecer este serviço de profundo valor evangélico que favoreça a consecução da paz e da justiça entre todos os povos”.

Aludindo ao recente Acordo assinado entre a Santa Sé e o Brasil, definindo “o estatuto jurídico civil da Igreja Católica” no país e regulamentando “as matérias de mútuo interesse entre ambas as Partes”, Bento XVI considerou viu neste passo um sinal significativo da “sincera colaboração que a Igreja deseja manter, dentro da sua missão própria”, com o Governo do Brasil. Neste sentido, exprimiu a esperança de que este Acordo “facilite o livre exercício da missão evangelizadora da Igreja e fortaleça ainda mais a sua colaboração com as instituições civis para o desenvolvimento integral da pessoa”. “A fé e a adesão a Jesus Cristo (observou Bento XVI, quase a concluir) impõem que os fiéis católicos, também no Brasil, se tornem instrumentos de reconciliação e de fraternidade, na verdade, na justiça e no amor”.








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