2009-02-04 11:03:58

BENTO XVI DEDICA CATEQUESE AO MARTÍRIO DE SÃO PAULO


Cidade do Vaticano, 04 fev (RV) - O Papa Bento XVI encontrou-se na manhã de hoje com os fiéis e peregrinos para a Audiência Geral das quartas-feiras, na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Com a audiência de hoje, o papa encerrou a série de 20 catequeses dedicada ao Apóstolo dos Gentios durante este Ano Paulino. E a última página que Bento XVI apresentou aos fiéis foi a morte de São Paulo.

A antiga tradição cristã testemunha que a morte de Paulo foi conseqüência do martírio sofrido em Roma, apesar dos escritos do Novo Testamento não narrarem o fato. Os Atos dos Apóstolos, por exemplo, terminam seu relato falando da prisão de Paulo.

Entretanto, escrevendo a seu amigo e colaborador Timóteo – disse o papa –, Paulo vislumbrou o final de sua vida com essas palavras: "Eu estou a ponto de ser sacrificado e o momento da minha partida é iminente" (2 Tm 4, 6).

O Apóstolo já tinha a consciência de que seu serviço ao Evangelho estava para se concluir através de sua morte cruenta, de seu martírio. E assim foi. Segundo vários estudos de fontes antigas, a condenação à morte do Apóstolo se verificou na época de Nero, entre os anos 64 e 68.

"Em todo caso – disse o Papa –, para além dos fatos que determinaram seu martírio, a grandeza de São Paulo vai além da sua vida terrena e da sua morte, pois deixou uma extraordinária herança espiritual."

Os Padres da Igreja e todos os teólogos se nutriram das Cartas de São Paulo e da sua espiritualidade. E ele permaneceu nos séculos, até hoje, o verdadeiro mestre e apóstolo dos gentios.

Santo Agostinho, por exemplo, deve a São Paulo o passo decisivo de sua conversão. Por sua vez, Sto. Tomás de Aquino deixou um belo comentário das Cartas paulinas, que representa o fruto mais maduro da exegese medieval.

Já no século XIX, a figura de São Paulo foi revitalizada pela interpretação histórica e crítica da Sagrada Escritura. Em especial, o conceito de liberdade emergiu como central no pensamento paulino.

Um grande estudioso de Paulo foi Lutero. A sua interpretação dos escritos paulinos, depois corrigida pelo Concílio de Trento, está na base da espiritualidade protestante. No progresso da exegese, sobretudo nos últimos 200 anos, cresceram as convergências entre exegese católica e exegese protestante, "o que representa uma grande esperança para a causa do ecumenismo, tão central para o Concílio Vaticano II" – destacou o pontífice.

Por fim, Bento XVI citou alguns movimentos religiosos que surgiram na idade moderna e que se inspiram em São Paulo, como a Congregação de S. Paulo", conhecidos como barnabitas, os "Missionários de S. Paulo", a poliédrica "Família Paulina", fundada pelo bem-aventurado Tiago Alberione, e o Instituto Secular da "Companhia de S. Paulo".

Concretamente, disse o papa, permanece diante de nós a figura luminosa de um apóstolo e de um pensador cristão extremamente fecundo e profundo, cujo estudo pode nos beneficiar.
Bento XVI então concluiu: "Voltar a ele, tanto ao seu exemplo apostólico quanto à sua doutrina, será, portanto, um estímulo, além de uma garantia, para a consolidação da identidade cristã de cada um de nós e para o rejuvenescimento de toda a Igreja".







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