Recebendo os bispos da Turquia, Papa faz votos de que os peregrinos que ali se deslocam
no Ano Paulino, possam ter acesso facilitado aos lugares a ele ligados. Recordado
que é inaceitável a violência contra os crentes de qualquer religião
(2/2/2009) Recebendo nesta segunda-feira os bispos católicos da Turquia, vindos a
Roma em visita “ad limina Apostolorum”, Bento XVI recordou a “rica história” das comunidades
cristãs naquelas terras, que ascendem aos primeiros séculos da Igreja, em ligação
mesmo com o Apóstolo Paulo, do qual se celebra agora os dois mil anos do nascimento.
O Papa fez votos de que prossiga o afluxo de peregrinos e que se lhes facilite “o
acesso a estes lugares significativos para a fé cristã”, incluindo a possibilidade
de “celebrar o culto”. Neste contexto, fez memória de “todos os cristãos, padres e
leigos, que testemunharam a caridade de Cristo, por vezes até ao dom supremo da sua
vida”, como aconteceu há poucos anos ao Padre André Santoro, italiano, mencionado
expressamente pelo Papa.
“Que esta prodigiosa história seja para as vossas
comunidades -de que conheço o vigor da fé e a abnegação nas provações – não apenas
a recordação de um passado glorioso, mas também um encorajamento a prosseguir generosamente
no caminho traçado, testemunhando entre os seus irmãos o amor de Deus por cada homem”.
Evocando a “expressão definitiva do Credo” alcançada em dois Concílios ecuménicos
realizados precisamente nestas terras (Niceia e Constantinopla), Bento XVI fez votos
de que tal constitua “uma premente incitação a aprofundar a fé da Igreja e a viver
com cada vez mais ardor a partir da esperança que daí provém”. Sublinhada também a
importância de uma “autêntica comunhão eclesial”, da qual os bispos são “os primeiros
responsáveis, em “espírito colegial”, para além da diversidade dos ritos, reforçando
a unidade do Corpo de Cristo.
Referindo-se aos religiosos, na maioria provenientes
de outros países, o Papa encorajou-os a viverem cada vez mais inseridos nas respectivas
comunidades locais, Recordada a necessidade de incrementar “uma vigorosa pastoral
das vocações, assim como a formação dos leigos e a pastoral juvenil. Recordando que
a comunidade cristã da Turquia vive numa nação com uma Constituição que reconhece
a laicidade do Estado, mas cuja maioria da população é muçulmana, declarou Bento XVI:
“É
importante, pois, que cristãos e muçulmanos possam comprometer-se conjuntamente a
favor do homem, da vida, assim como pela paz e justiça. A distinção entre a esfera
religiosa e a esfera civil é certamente um valor que deve ser protegido. Mas, neste
quadro, toca ao Estado assegurar efectivamente aos cidadãos e às comunidades religiosas
a liberdade de culto e a liberdade religiosa, tornando inaceitável qualquer violência
em relação aos crentes, qualquer que seja a sua religião”.