Bento XVI propõe São Paulo como modelo a seguir por todos os consagrados na sua imitação
radical de Jesus
(2/2/2009) Neste Ano Paulino, foi o Apóstolo dos Gentios que Bento XVI apontou como
modelo aos consagrados, nas palavras que lhes dirigiu no final da celebração que teve
lugar na basílica de São Pedro, neste dia 2 de Fevereiro, XIII Jornada Mundial da
Vida Consagrada - uma Missa celebrada pelo cardeal Franc Rode, Prefeito da Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
“Na
tradição da Igreja, São Paulo foi sempre reconhecido pai e mestre de todos os que,
chamados pelo Senhor, fizeram a opção de uma dedicação incondicionada a Ele e ao seu
Evangelho.”
A vida e o ensinamento de Paulo constituem um convite a uma “imitação
radical de Jesus”. E não é isso que constitui precisamente a vida consagrada, perguntou
Bento XVI? São Paulo constitui um modelo seguro: “imitá-lo no seguir a Cristo é a
via privilegiada para corresponder até ao fim à vocação de especial consagração na
Igreja”.
“Da sua própria voz podemos conhecer um estilo de vida que exprime
a substância da vida consagrada inspirada nos conselhos evangélicos de pobreza, castidade
e obediência”.
“Na vida de pobreza – prosseguiu – (São Paulo) vê a garantia
de um anúncio do Evangelho realizado em total gratuidade, e exprime ao mesmo tempo
a solidariedade concreta para com os irmãos em necessidade”. Por outro lado, “acolhendo
a chamada de Deus à castidade, Paulo deu o coração ao Senhor, sem divisões, para poder
servir os irmãos com ainda maior liberdade e dedicação”. Quanto à obediência, “basta
notar (disse o Papa) que foi sempre o cumprimento da vontade de Deus que animou, plasmou
e consumiu a sua existência, como sacrifício agradável a Deus”.
“Um outro
aspecto fundamental da vida consagrada de Paulo é a missão. Ele é todo de Jesus, para
ser, como Jesus, de todos. Ou melhor: para ser Jesus para todos: ‘Fiz-me tudo para
todos, para salvar algum a todo o custo”. A ele, tão estreitamente unido à pessoa
de Cristo, reconhecemos uma profunda capacidade de conjugar vida espiritual e acção
missionária”.
O Papa recordou às pessoas consagradas a recente Instrução
sobre “O serviço da autoridade e a obediência”, em que se convida os religiosos e
religiosos a procurarem “em cada manhã o contacto vivo e constante com a Palavra que
naquele dia é proclamada, meditando-a e conservando-a no coração como um tesouro,
fazendo dela a raiz de cada acção e o primeiro critério para qualquer opção”.
“Faço
votos de que o Ano Paulino alimenta ainda mais em vós o propósito de acolher o testemunho
de São Paulo, meditando em cada dia a Palavra de Deus, com a prática fiel da lectio
divina, rezando ‘com salmos, hinos e cânticos inspirados, com gratidão’. Que
ele vos ajude também a realizar o vosso serviço apostólico na e com
a Igreja, num espírito de comunhão sem reservas, fazendo dom aos outros dos próprios
carismas e testemunhando em primeiro lugar o carisma maior que é a caridade”.