2009-02-01 16:29:06

BENTO XVI NO ANGELUS: "JESUS SOFRE E MORRE NA CRUZ POR AMOR"; "A EUTANÁSIA É UMA FALSA SOLUÇÃO AO DRAMA DO SOFRIMENTO"


Cidade do Vaticano, 1º fev (RV) - Ao meio-dia deste domingo, o Santo Padre assomou à janela de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para a oração mariana do Angelus, com os fiéis, peregrinos e turistas presentes.

Em sua alocução que precede a oração dominical, Bento XVI ressaltou o valor da vida e o sentido do sofrimento, recordando que Jesus sofreu e morreu na cruz por amor. "Desse modo - disse ele – deu sentido ao nosso sofrimento, um sentido que muitos homens e mulheres de todos os tempos entenderam e assumiram como próprio, experimentando profunda serenidade também na amargura de duras provas físicas e morais."

O pontífice ressaltou que justamente "a força da vida no sofrimento", foi o tema que os bispos italianos escolheram para a tradicional Mensagem por ocasião do Dia pela Vida, hoje celebrado:

"Uno-me de coração às palavras deles, nas quais se percebe o amor dos pastores pelo povo, e a coragem de anunciar a verdade, a coragem de dizer com clareza, por exemplo, que a eutanásia é uma falsa solução ao drama do sofrimento, uma solução não digna do homem. De fato, a resposta não pode ser oferecer a morte, mesmo que 'boa', mas testemunhar o amor que ajuda a afrontar a dor e a agonia de modo humano. Estejamos certos: nenhuma lágrima, nem de quem sofre, nem de que está próximo, se perde diante de Deus."

O pontífice ressaltou ainda que a Virgem Maria guardou em seu coração de mãe o segredo de seu Filho, partilhou com Ele a hora dolorosa da paixão e da crucifixão, sustentada pela esperança da ressurreição.

"Confiemos à Virgem Maria as pessoas que se encontram no sofrimento e quem, dia após dia, se dedica a essas pessoas, servindo à vida em todas as suas fases: pais, agentes de saúde, sacerdotes, religiosos, pesquisadores, voluntários, e muitos outros. Rezemos por todos eles."

Precedentemente, o Santo Padre ressaltara que este ano, nas celebrações dominicais, a liturgia propõe para a nossa meditação, o Evangelho de São Marcos, marcado, entre outros, pela singular característica do chamado "segredo messiânico", isto é, o fato que Jesus não quer que até então se saiba, para além do grupo restrito dos discípulos, que Ele é o Cristo, o Filho de Deus.

Bento XVI frisou que reiteradas vezes Jesus adverte, tanto os seus apóstolos, quanto os doentes que cura, para que não revelem a ninguém a sua identidade.

O papa citou o trecho do Evangelho deste domingo (Mc 1, 21-28), no qual o evangelista São Marcos narra o episódio de um homem possuído pelo demônio, cujo espírito maligno é expulso pelo Senhor. Jesus não somente expulsa os demônios das pessoas, libertando-as da pior escravidão – observou o Santo Padre – mas impede aos próprios demônios que revelem a sua identidade. Em seguida, o papa explicou:

"Jesus insiste sobre esse 'segredo', porque está em jogo o bom êxito de sua própria missão, da qual depende a nossa salvação. De fato, sabe que para libertar a humanidade do domínio do pecado, Ele deverá ser sacrificado na cruz como verdadeiro Cordeiro pascal."

O papa ressaltou, ainda, que Jesus não cessa de ensinar a seus discípulos que para entrar na sua glória, Ele deve sofrer muito, ser rejeitado, condenado e crucificado, sendo o sofrimento parte integrante de sua missão.

Por fim, o Santo Padre lembrou que amanhã, segunda-feira, 2 de fevereiro, celebramos a festa litúrgica da Apresentação do Senhor no Templo. Quarenta dias após o nascimento de Jesus, Maria e José levaram-no a Jerusalém, seguindo as prescrições da Lei de Moisés.

De fato – explicou Bento XVI – o primogênito, segundo as Escrituras, pertencia ao Senhor, e devia, portanto, ser resgatado com um sacrifício. "Nesse evento se manifesta a consagração de Jesus a Deus Pai e, unido a essa, a consagração da Virgem Maria."

Por isso – observou o pontífice – meu querido predecessor João Paulo II quis que essa ocasião, em que muitas pessoas consagradas fazem ou renovam os seus votos, se tornasse Dia da Vida Consagrada.

O papa acrescentou que amanhã à tarde, ao término da santa missa, presidida pelo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, encontrará, na Basílica de São Pedro, os consagrados e as consagradas presentes em Roma.

O pontífice convidou todos a agradecerem ao Senhor pelo precioso dom desses irmãos e irmãs, e a pedirem a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, muitas novas vocações, na variedade dos carismas, dos quais a Igreja é rica.

O Santo Padre concedeu a todos os presentes na Praça São Pedro, para a oração mariana do Angelus, a sua Bênção apostólica.







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