Bagdá, 31 jan (RV) - Hoje é dia de eleição no Iraque. Em 14 das 18 províncias
iraquianas, os eleitores vão escolher 440 representantes provinciais entre mais de
14.400 candidatos.
Nas semanas passadas, a violência foi relativamente contida,
mas ontem, em poucas horas, três candidatos de diversos partidos sunitas foram assassinados
em três regiões do país. Desde ontem à noite, estão em vigor maciças medidas de segurança
e há o toque de recolher das 22h até as 5h.
O arcebispo caldeu de Kirkuk,
Dom Louis Sako, está em Roma nesses dias e comentou essas eleições: "Penso que alguma
coisa mudará, mas não muito. Em todo caso, é importante o fato de que os iraquianos
agora possam escolher livremente. Antes as escolhas eram condicionadas 100% em um
modo; agora não mais. É somente o início, mas aos poucos estamos caminhando na estrada
justa. E para nós, cristãos, apesar de a cota ter diminuído em Bagdá, Mosul e Bassora,
é melhor do que nada. Depois, poderemos pedir mais".
Dom Louis, houve discriminação
na distribuição das cadeiras?
D. Louis:- "É verdade que não foram respeitados
todos os direitos dos cristãos. As pessoas têm que distinguir entre religião e política.
Até agora, pensaram que cristão era sinônimo de adversário. A política é uma coisa,
a religião é outra. Mas estamos esperançosos. Agora haverá eleições e acredito que
será possível pedir ao novo governo um ministro para proteger e defender as minorias
religiosas e étnicas. Deve-se dizer que muitas pessoas estão voltando dos países vizinhos,
muitos cristãos. Em Kirkuk, em dois meses, seis famílias voltaram dos Estados Unidos."