2009-01-31 17:58:35

APELO EM FAVOR DA DEFESA E DA SEGURANÇA DOS MIGRANTES AFRICANOS


Genebra, 31 jan (RV) – Espancados, sequestrados, jogados no mar para serem comidos pelos tubarões. Os migrantes irregulares, provenientes, sobretudo, da África, sofrem todo o tipo de atrocidades, durante as chamadas "viagens da esperança", ou seja, a travessia via mar, com destino aos países desenvolvidos.

Foi o que revelou a International Catholic Migration Commission (ICMC), que realizou uma monitoração em centenas das chamadas "carretas do mar" (velhos navios que atravessam o mar com sua carga humana) que iniciaram a travessia de 16 a 23 de janeiro, a partir dos diversos portos africanos.

O quadro que emergiu dessa monitoração é desolador. "Muitos dos sobreviventes a essas travessias – afirma a comissão – são refugiados que chegam da Somália ou que querem fugir das violências a que estão expostos na Etiópia, Eritréia e Congo."

"Os homens, mulheres e crianças que confiam seus destinos aos organizadores dessas travessias, são frequentemente espancados ou sequestrados. Os navios que os transportam estão sempre superlotados, a tal ponto que, muitos dos migrantes morrem sufocados" – diz ainda o relatório da ICMC.
"Quando se avista terra firme – prossegue a comissão − muitos deles são jogados no mar, que saibam ou não nadar, e em águas infestadas de tubarões."

A ICMC sublinha, a seguir, que os sistemas carcerários na Europa, EUA e outros países industrializados são sempre caracterizados por excessiva superlotação, o que faz com que os imigrantes acabem sendo colocados em celas juntamente com criminosos comuns. E isso sem qualquer distinção de sexo ou idade: homens, mulheres e crianças são colocados nas celas junto com os demais presos, quando não até mesmo nos banheiros, quando a superlotação chega a um ponto incontrolável.

Por isso, a comissão católica lança um apelo aos governos, às instituições internacionais, à sociedade civil e aos meios de comunicação, para que respondam com urgência a essa tragédia. Um segundo convite é dirigido aos bispos de todo o mundo, para que defendam a dignidade, as necessidades e os direitos dos migrantes e dos refugiados, não apenas quando chegam aos países de destinação, mas também antes e durante a viagem. (AF)







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