Cidade do Vaticano, 29 jan (RV) - “As novas fronteiras da genética e o risco
da eugenética”, ou seja, a capacidade de produzir uma boa descendência: será este
o tema do próximo Congresso Internacional da Pontifícia Academia para a Vida, que
se realizará no Vaticano entre os dias 20 e 21 de fevereiro próximo. A abertura dos
trabalhos será feita pelo arcebispo Rino Fisichella, Presidente do organismo vaticano.
A primeira sessão do encontro será dedicada ao tema “As novas fronteiras:
história e definição do conceito de genética”, a segunda, abordará o tema da “Dignidade
da pessoa humana e eugenética”, enquanto a terceira refletirá sobre “Genética e eugenética
à luz da Teologia Moral”. Os trabalhos se concluirão com a audiência do Santo Padre.
“Os
conhecimentos e a pesquisa médica no campo da genética – explica uma nota da Pontifícia
Academia para a Vida – são hoje de extrema importância para o progresso da medicina.
A descoberta de fatores genéticos na insurgência de diversas patologias levou à percepção
de que o desenvolvimento dos conhecimentos neste setor poderá fornecer uma maior capacidade
não somente de controlar, mas também de debelar patologias para as quais ainda não
se conhecem terapias eficazes”. Todavia, continua a nota, “como muitas vezes se verifica
na história da humanidade, e da ciência em particular, as novas fronteiras do conhecimento
apresentam também possibilidades aplicativas que se revelam contrárias ao verdadeiro
bem do homem”.
O desenvolvimento da genética moderna não se subtrai a este
risco. Os excessos da genética podem, de fato, levar à chamada eugenética, nas suas
várias formas, a obter o ser humano perfeito, derrogando em alguns casos princípios
éticos imprescindíveis como o respeito da vida humana e a não discriminação”. Desta
visão nasce o objetivo do Congresso, ou seja, de pôr em evidência as atuais possibilidades
de intervenção da medicina na luta a patologias de caráter genético, para depois analisar
o desenvolvimento da eugenética seja do ponto de vista jurídico que antropológico.
Serão também levadas em consideração as possíveis formas de eugenética para oferecer
orientações e critérios éticos que, em linha com o ensinamento do Magistério da Igreja,
sejam capazes de responder a tal desafio. (SP)