BENTO XVI EXORTA BISPOS RUSSOS A FORTALECEREM DIÁLOGO COM OS ORTODOXOS
Cidade do Vaticano, 29 jan (RV) - O Santo Padre recebeu em audiência esta manhã,
no Vaticano, um grupo de bispos da Conferência Episcopal da Rússia, em visita 'ad
Limina', e os exortou a reforçarem o diálogo com a Igreja ortodoxa para afrontar juntos
os grandes desafios culturais e éticos do momento.
O contexto eclesial da Rússia,
país marcado por uma milenar tradição ortodoxa com um rico patrimônio religioso e
cultural, requer um renovado compromisso para transmitir valores humanos e espirituais.
O papa explicou que é essencial, em particular, consolidar o diálogo com os ortodoxos.
Trata-se de um diálogo que, "apesar dos progressos feitos, tem ainda algumas dificuldades".
Bento
XVI expressou também a sua proximidade espiritual à Igreja Ortodoxa Russa, que se
alegra com a eleição do Metropolita Kirill como novo patriarca de Moscou e de todas
as Rússias. O pontífice fez seus mais cordiais votos a Kirill "pela delicada tarefa
eclesial que lhe foi confiada".
O papa exortou os bispos russos a prosseguirem
unidos na atividade pastoral, "se beneficiando da experiência da Igreja presente no
mundo inteiro". A unidade "cresce e se desenvolve nas concretas situações das várias
Igrejas locais" – afirmou o pontífice.
A esse propósito – acrescentou – o Concílio
Vaticano II recordou que "cada bispo é o princípio e fundamento visível de unidade
em suas Igrejas" e nelas e delas se constitui a única Igreja Católica.
Num
contexto caracterizado, na Rússia, como em outras partes do mundo, pela "crise da
família" e pela conseqüente "queda demográfica", o papa exortou os prelados a "prosseguirem
a colaboração" com as autoridades estatais.
Que a atenção de vocês se volte
especialmente para os jovens, aos quais a comunidade católica russa é chamada "a transmitir,
inalterado, o patrimônio de santidade e de fidelidade a Cristo" – afirmou Bento XVI.
O pontífice também expressou apreço pelo compromisso no relançamento da participação
litúrgica e da catequese.
Em seguida, exortou os prelados a não se desencorajarem
se os resultados pastorais não parecerem condizentes com os esforços feitos, e renovou
o convite a promoverem as vocações sacerdotais e as atividades voltadas ao crescimento
espiritual dos fiéis leigos. E ainda exortou os presbíteros a serem "padres e modelos
no serviço aos irmãos". Que os leigos sintam a vida deles como "uma resposta ao chamado
universal à santidade" – acrescentou o Santo Padre.
"É importante que os cristãos
afrontem unidos, os grandes desafios culturais e éticos do momento presente, no que
diz respeito à dignidade da pessoa humana e a seus direitos inalienáveis, à defesa
da vida em todas as suas fases, à tutela da família e às outras urgentes questões
econômicas e sociais – concluiu o papa.