Pretória, 27 jan (RV) - Concluiu-se algumas horas atrás em Pretória, na África
do Sul, a reunião extraordinária da Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento
(SADC) para tentar resolver a crise política em Zimbábue.
Os chefes de Estado
e de governo dos 15 países da SADC tornaram público um comunicado em que anunciam
que o líder opositor zimbabuano, Morgan Tsvangirai, se tornará primeiro-ministro em
11 de fevereiro. Porém, o resultado do encontro não foi compartilhado pelos líderes
zimbabuanos
Os bispos da região emitiram um comunicado condenando mais essa
tentativa de mediação.
"Os líderes políticos devem deixar de apoiar e dar credibilidade
ao regime ilegítimo de Mugabe. Se continuarem assim, os países-membros desta Comunidade
estarão sendo cúmplices em criar as condições que levam à fome, à fuga, à doença e
à morte dos cidadãos de Zimbábue. Trata-se de um genocídio passivo", afirmam os bispos
de Botsuana, África do Sul e Suazilândia.
Dez meses depois das eleições realizadas
em março de 2008, o presidente Mugabe permanece no poder. Ele rejeitou o resultado
do pleito, abrindo uma grave crise política, que agravou a situação econômica e de
saúde. Graças à mediação sul-africana, em 15 de setembro, foi alcançado um acordo
que previa que Mugabe permanecesse chefe de Estado, enquanto o líder da oposição,
Morgan Tsvangirai, se tornaria primeiro-ministro. Este acordo, porém, ainda não foi
aplicado.
"Nós, bispos católicos da África meridional, convidamos Mugabe a
demitir-se imediatamente. Dirigimos um apelo para a formação de um governo de coalizão
que guie a retomada nacional e a preparação, o mais rápido possível, de eleições presidenciais",
lê-se no comunicado, assinado pelo presidente da Conferência dos Bispos do sul da
África, Dom Buti J. Tlhagale.