"O COLONIALISMO BIOLÓGICO BATE À PORTA", DIZ ARCEBISPO SUL-AFRICANO
Johanesburgo, 24 jan (RV) - "A ética global é um desafio para as igrejas",
disse o arcebispo de Johanesburgo, África do Sul, Dom Buti Joseph Tlhagale, no discurso
inaugural da Assembléia Plenária da Conferência Episcopal da África do Sul, que teve
início na última quinta-feira.
O prelado ressaltou que no mundo pós-moderno
o "ser humano tornou-se o criador e o dono de seu próprio destino. O direito de escolher
é alardeado como norma fundamental. Pode-se escolher livremente entre bissexualidade,
homossexualidade, lesbianismo e heterossexualidade", ressaltou.
Dom Tlhagale
falou ainda de uma séria de consequências morais dessa concepção de vida, como a eutanásia
e o aborto. Segundo o prelado, tal visão é promovida pelas notáveis reuniões internacionais
patrocinadas pelas Nações Unidas. "Foi a Conferência de Pequim de 1995, afirma Dom
Tlhagale, que rejeitou a complementaridade entre o homem e a mulher."
O prelado
ressaltou ainda que "tanto o protocolo de Maputo quanto a Convenção sobre a eliminação
de todas as formas de discriminação contra as mulheres (CEDAW) se destinam a legalizar
o aborto e a legitimar a fecundação in vitro na maior parte dos países africanos".
Segundo Dom Tlhagale, "tais leis tornarão possível ir atrás de óvulos de mulheres
africanas, para satisfazer as necessidades da pesquisa com células-tronco embrionárias
nos países industrializados".
"Na Grã-Bretanha, é ilegal usar óvulos de mulheres
inglesas para a pesquisa. O colonialismo biológico bate à porta", concluiu o arcebispo
de Johanesburgo.