DOMINGO DIA DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE O MAL DE HANSEN. OUÇA MISSIONÁRIO QUE TRABALHA
COM LEPROSOS
Cidade do Vaticano, 22 jan (RV) - Domingo, 25 de janeiro, o mundo recorda os
doentes de Hanseníase, comumente chamada de lepra. O Presidente do Pontifício Conselho
da Pastoral para os agentes de Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, lançou um apelo
a não nos esquecermos destas pessoas.
O Dia Mundial dos Doentes de Hanseníase
é um grande evento de solidariedade que quer levar ao centro da atenção internacional
uma doença muitas vezes ignorada pelos meios de comunicação, e que ainda hoje, atinge
anualmente mais de 250 mil pessoas, das quais 40 mil, crianças. Em uma mensagem, o
Cardeal Barragán pede aos governos uma “atenção especial” às crianças doentes.
Socialmente
falando – prossegue a mensagem – ainda existe certo temor, infelizmente gerado pela
ignorância; um medo que provoca sentimentos de exclusão e muitas vezes de estigma
em relação aos doentes, o que os torna ainda mais vulneráveis. Ao contrário – sugere
o cardeal – é preciso oferecer informações corretas, amplas e difusas sobre a lepra
e seus efeitos devastadores para suscitar a solidariedade ativa e fraterna, nas pessoas
e na sociedade.
“Inspirando-se no exemplo de Jesus Cristo, médico do corpo
e do espírito – afirma ainda o cardeal mexicano – a Igreja sempre teve uma solicitude
especial em relação aos doentes de lepra”. A mensagem cita dois exemplos: o Bem-aventurado
Padre Damien de Veuster, que deu sua vida pelos leprosos, e o jornalista católico
Raoul Follereau, idealizador do Dia Mundial dos Doentes de Lepra, que rodou o mundo
para sensibilizar a opinião pública sobre a dramática condição destes doentes.
No
Brasil, temos o exemplo do Padre Bento Dias Pacheco, que no século XIX, ao assumir
o comando da fazenda de sua família, entrou em contato com os escravos portadores
deste mal e se aproximou desta realidade. A partir deste momento, optou por consagrar-se
ao serviço dos leprosos da região, o que fez por 42 anos.
“É bonito, e consolador
- frisa ainda a mensagem do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
– constatar que desta luta ao mal de Hansen, participam associações e organizações
não-governamentais que vão além das pertenças religiosas, ideológicas e culturais,
encontrando-se todos na finalidade comum de levar aos doentes a oportunidade de readquirir
o bem estar social, sanitário, e espiritual”.
O sacerdote camiliano José Raul
Matte trabalha há 36 anos na Foz do Rio Amazonas, no Macapá. Duas semanas por mês,
o Padre Raul viaja de barco para visitar as comunidades do interior do Estado, onde
faz exames para rastreamento de hanseníase. Ele fala agora do número dos doentes: