O juramento de Barack Obama e as saudações dos lideres europeus a pedir mais cooperação
e soluções para a crise actual
(21/1/2009) Com a mão sobre a mesma bíblia usada por Abraham Lincoln na tomada de
posse, em 1861, Barack Obama tornou-se ontem oficialmente o 44º Presidente dos EUA.
É o primeiro afro-americano a assumir a liderança dos EUA, num momento em que o país
atravessa uma grave crise económica e continua enredado em duas guerras.
No
seu discurso de tomada de posse, disse que assume a liderança do país enfrentando
"desafios que são reais" e que "não serão vencidos no curto prazo (...) mas serão
vencidos". Aos inimigos da América, deixou uma mensagem dura: "não vão mudar
a nossa maneira de ser. E nós vamos derrotar-vos. Numa referência aos problemas
internos dos Estados Unidos, Barack Obama adiantou que a crise também se manifesta
num sistema de saúde dispendioso, escolas com deficiências e má utilização de recursos
energéticos. "Já todos percebemos que estamos envoltos numa crise, neste momento.
A nossa nação está em guerra, contra uma vasta rede de violência e ódio. A nossa economia
está severamente enfraquecida, como consequência da ganância e da irresponsabilidade
de alguns, mas também do nosso falhanço colectivo em fazer escolhas difíceis e preparar
a nação para uma nova era. Saudações e desejo de mais cooperação com Europa e
soluções para crise actual dominam as mensagens dos chefes de estado e de governo
da EU . Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, falou em
"momento decisivo de mudança" para o Mundo e apelou ao estreitamento das relações
entre a Europa e os Estados Unidos, para "delinear e implementar uma nova agenda de
globalização". O Alto Representante da União Europeia para as relações externas, Javier
Solana, desejou que a presidência de Barack Obama "abra uma perspectiva mais multilateral,
mais optimista e muito mais dinâmica para resolver os problemas". A confiança estende-se
ao primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que reiterou o "novo capítulo da história
americana e da história do mundo". A questão da crise financeira foi enfatizada
pela chanceler alemã Angela Merkel, que disse esperar que Obama introduza princípios
multilaterais e que os EUA, "no que se refere a acordos internacionais, coloquem a
sua própria soberania ao dispor das organizações internacionais e aceitem regras internacionais
para os mercados financeiros". Merkel aproveitou para advertir de novo os EUA para
não caírem na tentação do proteccionismo, perante a crise global. Já Nicolas Sarkozy,
presidente francês, desejou que Obama comece a trabalhar para "mudar o mundo" com
ele.