Gaza, 17 jan (RV) – "O que se lê nos jornais ou se vê na televisão não corresponde
à real situação que a população de Gaza enfrenta": foi o que disse Pe. Manuel Musallam,
pároco da única igreja católica de Gaza, que narra uma "tragédia que tem de ser relatada
a todos os homens de boa vontade" − sublinha.
O sacerdote afirma que "as crianças
e os pais dormem nos corredores de suas casas ou no banheiro, para se protegerem das
bombas. As pessoas tremem de medo a qualquer rumor, e se desesperam com o som dos
bombardeios dos F-16" – diz ele.
Os alvos − sublinha Pe. Musallam − são as
instituições do Hamas, mas "elas estão muito próximas das casas dos civis. Por isso,
muitas casas foram destruídas e muitas crianças morreram".
"Nossas crianças
estão chocadas, doentes e têm fome, sofrem de desnutrição, pobreza e febre" – conta
o pároco.
"Os hospitais já não conseguem responder às situações de emergência
e tentam, agora, atender a centenas de casos, muitas vezes tendo de operar nos corredores.
Os doentes e os feridos mais graves são enviados para a fronteira com o Egito. Os
que conseguem fugir, não voltam, porque morrem antes disso" – diz Pe. Musallam, narrando
a situação de verdadeira "histeria" existente nos hospitais. Não há eletricidade,
nem alimentos, mas apenas medo" – revela o sacerdote.
Pe. Musallam faz um
apelo em favor da oração pela população de Gaza, pois considera que "a oração pode
tocar o mundo; ela não conhece barreiras políticas ou sociais". "Na oração – argumenta
− sentimo-nos parte integrante da Igreja Universal e os irmãos muçulmanos são a nossa
gente, cujo sofrimento compartilhamos." (AF-ECCLESIA)