SECRETÁRIO-GERAL DA CNBB FALA DA CONTRIBUIÇÃO DA IGREJA BRASILEIRA NO MÉXICO. OUÇA!
Cidade do México, 15 jan (RV) - Cerca de oito mil pessoas, 30 cardeais e 200
bispos participaram ontem da cerimônia de abertura do VI Encontro Mundial das Famílias,
na Cidade do México.
O presidente do Pontifício Conselho para a Família, Card.
Ennio Antonelli, inaugurou ontem o evento afirmando que "a família é uma prioridade
decisiva para o futuro da sociedade e da Igreja Católica" e defendeu a promoção de
valores humanos e cristãos diante da cultura pós-moderna que caracteriza os dias atuais
– cultura "doente de individualismo e relativismo".
O Card. Antonelli ressaltou
o legado do papa João Paulo II, chamando-o de "o Papa da Família". E lembrou que foi
Karol Wojtyla quem instituiu o Encontro das Famílias, iniciado em 1994, em colaboração
com o cardeal colombiano Alfonso López Trujillo.
Também estava presente na
cerimônia de inauguração o presidente do México, Felipe Calderón. Ele fez uma relação
entre ruptura familiar e aumento da violência.
"Hoje, as famílias mexicanas
enfrentam um ambiente de insegurança. O crime, a violência e a exacerbação da violência
ameaçam a tranqüilidade de quem mais amamos. Esta tranqüilidade também é ameaçada
pela apologia do delito, por isso combatemos aqueles que ameaçam a paz e pretendem
escravizar nossos filhos com as drogas", afirmou o presidente Calderón.
Após
a cerimônia de inauguração, o Encontro Mundial das Famílias foi aberto com o Congresso
teológico internacional. Leia o conteúdo das principais conferências feitas ontem:
O arcebispo da Cidade do México, Card. Norberto Rivera Carrera, recordou que
a família não é somente "uma realidade eclesial, mas uma instituição divina e humana"
fundamental para a sociedade e parte integrante da nossa cultura.
Já o arcebispo
de Québec, Card. Marc Ouellet, destacou que a crise da família não é só uma crise
moral, é uma crise mais profunda, antropológica – de concepção da mulher e do homem
–, que explica legislações contra a família. Para o primaz do Canadá, está em jogo
uma "batalha cultural", na qual uma visão do mundo sem Deus tenta suplantar a herança
judaico-cristã, com danos graves nos campos humano, social e religioso.
Por
sua vez, o pregador da Casa Pontifícia, Fr. Raniero Cantalamessa, assegurou que os
próprios cristãos "precisam redescobrir o ideal bíblico do matrimônio e da família",
para poder propô-lo ao mundo de hoje.
Ele indicou que não se deve apenas "defender"
a idéia cristã de matrimônio e família, mas o mais importante é "a tarefa de redescobri-lo
e vivê-lo em plenitude por parte dos cristãos, de maneira que se volte a propô-lo
ao mundo com os fatos, mais que com as palavras".
Hoje, o programa do Congresso
prevê três sessões, nas quais estarão em debate a questão da família e a sexualidade,
emigrantes, virtudes sociais e legislar a favor da família. A segunda sessão será
presidida pelo arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer.
Raimundo
Lima entrevistou o secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, que fala da contribuição
da Igreja brasileira para este encontro: