"L'OSSERVATORE ROMANO" ENDOSSA CRÍTICA DOS BISPOS DA BÉLGICA AO REI ALBERT II
Cidade do Vaticano, 14 jan (RV) – A Igreja critica o rei da Bélgica, Albert
II – católico – por ter promulgado uma lei que fala dos embriões e fetos como "material
biológico humano" utilizável para aplicações médicas ou pesquisas científicas. A crítica
foi feita pelo Episcopado belga, numa nota divulgada nesta quarta-feira, pelo jornal
vaticano "L'Osservatore Romano".
Para o Episcopado belga – lê-se na matéria
publicada pelo "L'Osservatore Romano" – se trata de uma lei que causa horror. Mas
o que mais impressionou negativamente a Igreja foi o comportamento do rei Albert,
completamente diverso da atitude tomada por seu irmão, o rei Balduíno que, quando
ocupava o trono, em 1989, preferiu abdicar a promulgar uma lei que legalizava o aborto.
O
rei Albert, ao contrário, não se fez de rogado quando foi solicitado a colocar sua
assinatura na nova lei, aprovada pelo Parlamento belga em dezembro passado.
A
nova legislação regulamenta a obtenção e o uso para finalidades terapêuticas e científicas
de "todo o material biológico humano, inclusive tecidos, células, gametas, embriões
e fetos, assim como as substâncias daí extraídas, qualquer que seja o estágio de transformação",
e faz da Bélgica um dos poucos Estados europeus – juntamente com Grã-Bretanha e Espanha
– a ter promulgado uma normativa que permite a utilização de todas as técnicas aptas
à obtenção de células embrionárias humanas para finalidades terapêuticas. (AF)