2009-01-13 16:47:09

GAZA: DOM SABBAH RECORDA QUE GUERRA NÃO É MEIO PARA SE LUTAR CONTRA UMA IDEIA


Jerusalém, 13 jan (RV) - "Ainda esta vez, a violência não levará a nada. Os mísseis continuarão a cair, e Israel não obterá a segurança que busca. Uma ideia não pode ser combatida com a violência": foi o que disse o patriarca emérito de Jerusalém, Dom Michel Sabbah, a propósito da guerra em andamento na Faixa de Gaza.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma novidade – explicou o patriarca – trata-se da repetição de algo já acontecido e com o mesmo objetivo, isto é, destruir o Hamas e obter segurança. Por isso Israel invadiu Gaza, agora e em outras ocasiões, sem conseguir nenhum resultado. Os mísseis voltaram a cair sobre Israel, mesmo depois da retirada do exército israelense do território."

"Com o ataque a Gaza – advertiu Dom Sabbah – reacendeu-se o ódio do mundo árabe e de parte do mundo ocidental contra Israel. E quem conseguirá curar a dor desses corações? O caminho da violência, escolhido pelos israelenses, os distancia de seu objetivo, que é a segurança. Dentro de poucas semanas, tudo voltará a ser como era antes. É tempo – concluiu o arcebispo – que a comunidade internacional leve mais a sério a crise no Oriente Médio. Basta de visitas, palavras e declarações; é preciso tomar atitudes concretas. Tal situação acabará por destruir israelenses e palestinos."

Por sua vez, o bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, afirmou que "Gaza é apenas uma parte de um problema muito mais amplo". "Acabar com a ocupação – defendeu o bispo – é a prioridade fundamental, mas isso requer tempo. De imediato, como sugeriu o papa e também nós, que vivemos na Terra Santa – lembrou Dom Marcuzzo – é preciso deter a violência e os ataques e reiniciar o diálogo, diretamente ou através de um mediador."

Para o prelado, as razões de tanta violência são três: "A divisão do povo palestino e a intransigência do Hamas; a necessidade de segurança de Israel; e a mais importante, a ocupação israelense da Faixa de Gaza. Todavia, na base de tudo isso, como observou Bento XVI, está o ódio, a desconfiança recíproca e um espírito e uma cultura de violência." (AF)







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