2009-01-13 12:32:04

BISPOS INDIANOS ANALISAM INDICAÇÕES DO SÍNODO. GOVERNO FECHA CAMPOS DE REFUGIADOS CRISTÃOS


Nova Deli, 13 jan (RV) - Aprofundar e atualizar na Índia as indicações emersas no Sínodo sobre a Palavra de Deus, realizado em outubro passado no Vaticano. Este é o objetivo da Assembléia dos Bispos indianos de rito latino, que terá lugar na diocese de Mysore, sudoeste do país, de 12 a 18 de fevereiro.

A Conferência Episcopal indiana de rito latino abrange 128 dioceses. Na Assembléia, os 170 bispos membros discutirão o tema “A Palavra de Deus, fonte de vida para o povo na Índia”, com a participação também do núncio apostólico, dom Pedro Lopez Quintana, que presidirá a missa de abertura.

Será dedicada uma oração particular a todos os cristãos da Índia que sofrem ou deram suas vidas para testemunhar e viver a Palavra de Deus nos estados de Orissa, Karnataka, Tamil Nadu e Gujarat, onde nos últimos meses, perseguições anticristãs deixaram centenas de mortos.

Recentemente, os bispos voltaram a recordar a situação dos cristãos no país, pedindo o respeito das garantias e dos direitos constitucionais. "A intenção do episcopado – afirmam – é contribuir com o desenvolvimento humano, espiritual, civil, econômico e social da nação".

Entretanto, o governo de Orissa está fechando os acampamentos que abrigam os cristãos perseguidos, obrigando-os a retornarem às suas casas e a viverem lado a lado com seus perseguidores.

A Asianews, agência do Pontifício Instituto das Missões Exteriores, denuncia que “o calvário dos cristãos de Orissa não tem fim, pois, apesar dos compromissos assumidos, o Estado indiano não garante sua segurança e o clima existente é de ódio e repúdio”.

Em agosto, 50 mil cristãos escaparam da morte em Orissa e 20 mil deles se refugiaram em campos preparados pelo governo para protegê-los da fúria fundamentalista. Agora, os campos estão sendo fechados e as famílias expulsas recebem uma pequena quantia, equivalente a 450 reais. Muitas estão com medo e tentam imigrar para outros distritos ou países vizinhos. As grandes cidades ainda mantêm um discreto nível de segurança, mas nas aldeias, nada é seguro para os cristãos.

Segundo a agência Asianews, "além do dinheiro, os cristãos estão recebendo 50 kg de arroz e um rolo de plástico para cobrir os tetos suas casas. Aqueles que retornam às suas aldeias vivem entre ruínas, usam plantas e pedaços de madeira como muros. Os cristãos de Kandhamal são tratados como animais” – escreve a agência. “Vivem no medo e não encontram mais abrigos. Não podem viver com dignidade, pois o dinheiro que receberam não é suficiente para comprar comida; seus campos foram incendiados, e suas casas, destruídas”.







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