2009-01-10 20:52:00

COMENTÁRIO DE MONS. PIETRO PAROLIN AO DISCURSO DO PAPA A CORPO DIPLOMÁTICO


Cidade do Vaticano, 10 jan (RV) - O discurso do papa aos embaixadores, feito nesta quinta-feira, dia 8, está tendo grande repercussão. A ocasião foi a tradicional audiência ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, que teve lugar na Sala Regia, no Vaticano, para a apresentação das felicitações de início do ano. O Santo Padre fez um apelo em favor da paz e pediu que "se dê novamente esperança aos pobres", mesmo porque – disse –, o número de pobres está em aumento no mundo, inclusive nos países ricos. A esse propósito, a Rádio Vaticano ouviu o subsecretário das Relações com os Estados, Mons. Pietro Parolin. Eis o que disse:

Mons. Pietro Parolin- "O papa renovou esse apelo porque paz e desenvolvimento são sempre metas a serem alcançadas dia após dia, das quais depende o próprio futuro da convivência humana. Apesar de tantos esforços, a paz – tão desejada – ainda está distante. E se não há paz, também a segurança está em perigo. A segurança não é garantida somente pelo silêncio das armas, mas também pelo respeito à dignidade humana, pelo respeito aos direitos do homem, pelo respeito às liberdades fundamentais. E como já dizia Paulo VI na encíclica 'Populorum Progressio', que o papa citou também em seu discurso, hoje o desenvolvimento é mais do que nunca o novo nome da paz."

Para construir a paz é necessário dar novamente esperança aos pobres, recordou Bento XVI em seu discurso, e evocou a adoção de uma estratégia eficaz para combater a fome e facilitar o desenvolvimento agrícola local.

P. O senhor acredita que os governos do mundo de hoje sejam capazes e tenham realmente o desejo de alcançar esses objetivos tão importantes?

Mons. Pietro Parolin:- "Sim. Eu creio que os governos de hoje dispõem dos instrumentos e, portanto, são capazes de adotar essas estratégias eficazes para combater a fome, para facilitar o desenvolvimento agrícola, embora eu saiba que os resultados não dependem somente do esforço e do compromisso dos governos."

Nesse discurso ao corpo diplomático, Bento XVI deu também particular atenção ao continente asiático e ao subcontinente latino-americano, ambos marcados por situações que preocupam, mas também por progressos reais que permitem olhar para o futuro com maior confiança – disse o papa.

P. O senhor vê como necessário que a Igreja focalize, nos próximos anos, seus esforços pelos povos dessas regiões?

Mons. Pietro Parolin:- "Sim, certamente. A Igreja deve continuar dedicando recursos e energias a essas populações que vivem no continente asiático e na América Latina. Isso se dá e continuará se verificando porque a Igreja é universal em sua essência e, portanto, ninguém lhe é estranho. Continuará caminhando com os povos da Ásia, acompanhando-os. E continuará caminhando e acompanhando os povos da América Latina, partilhando esperanças e preocupações, iluminando as consciências e formando os fiéis leigos a fim de que se coloquem a serviço do bem comum."

P. O Santo Padre também fez referência à sua viagem à África, que realizará em março próximo. A seu ver, que viagem se pode esperar?

Mons. Pietro Parolin:- "Imagino que se possa esperar uma viagem na qual o Sucessor de Pedro encorajará a acolher o Evangelho, a traduzi-lo na vida, a vivê-lo com coerência. E o que isso significa para a África? Significa lutar contra a pobreza moral e material, significa proteger os refugiados e os deslocados, significa tomar todas as medidas necessárias para resolver os conflitos em andamento e para pôr fim às injustiças que os provocaram." (RL)







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