2009-01-08 18:51:10

IGREJA NA ÍNDIA GRATA AO PAPA POR APOIO AOS FIÉIS, VÍTIMAS DA PERSEGUIÇÃO ANTICRISTÃ NO PAÍS ASIÁTICO


Nova Délhi, 08 jan (RV) - A Igreja na Índia acolheu com gratidão as palavras de solidariedade de Bento XVI para com os cristãos vítimas de perseguições no país asiático. De fato, a Igreja indiana concluiu há pouco o período de Natal, sob ameaças de novas violências por parte do integrismo hinduísta, que nos meses passados desencadeou uma verdadeira perseguição anticristã, provocando indignação do mundo inteiro e grande preocupação no Santo Padre e em toda a Igreja.

Cerca de 13 mil fiéis do estado de Orissa – epicentro das violências anticristãs – participaram das celebrações natalinas nos campos de refugiados onde se encontra até agora, à espera de uma normalidade que o governo disse querer restabelecer o mais rápido possível.

Sobre a situação no momento, a Rádio Vaticano ouviu o bispo da Diocese de Nasjik – centro-oeste da Índia –, Dom Felix Anthony Machado. Eis o que nos disse:

Dom Felix Anthony Machado:- "A situação melhorou, mas a condição dos refugiados permanece porque há um grande medo. Embora o governo diga que agora há segurança, devemos entender que diante do que aconteceu, não é fácil para essa gente retornar logo, porque ainda tem muito medo."

P. Dias atrás a Corte Suprema indiana ordenou ao estado de Orissa que continue garantindo a segurança das minorias religiosas. Como essa decisão está sendo vista?

Dom Felix Anthony Machado:- "Essa é uma decisão muito boa, porque quando o Supremo Tribunal pronuncia uma sentença como essa, ela deve ser respeitada. Porém não sabemos o que pode acontecer no futuro. Agora, a prioridade das notícias está sendo dada aos atentados de Mumbay e às suas conseqüências. Paira a sombra da guerra e a Igreja está fazendo todo o possível para evitá-la e para enfatizar a paz."

P. A esse propósito, como a Igreja na Índia está se colocando em relação ao futuro próximo?

Dom Felix Anthony Machado:- "Nós somos sempre pela paz, pela liberdade religiosa, pelo diálogo e não somente com palavras, mas concretamente. Eu encontro muitos hinduístas em minha diocese e muitos pais de crianças que vêem às nossas escolas ou hospitais. Eles me dizem que a Igreja apóia realmente a paz, o diálogo, e a liberdade religiosa. Portanto, o caminho da Igreja é muito claro. Para nós, não existe vingança – porque a palavra vingança não existe no Evangelho – e somos sempre pela reconciliação, por fazer todo o possível para construir a paz."

P. Dom Machado, verificaram-se em sua diocese, durante esse período de Natal, formas e sinais de solidariedade para com os cristãos de Orissa?

Dom Felix Anthony Machado:- "Demos um grande passo que foi o de passar um Natal de modo simples. Diminuímos as celebrações externas: o comer, o dançar, as decorações das casas. Na minha diocese convidei líderes civis e religiosos e com eles rezamos e fizemos uma reflexão sobre os fatos de Kandhamal em Orissa e sobre os fatos de terrorismo em Mumbay. As pessoas entenderam que esse não é o caminho a ser seguido."

P. Em seu discurso para o Dia Mundial da Paz, como também hoje no discurso ao corpo diplomático no Vaticano, Bento XVI novamente denunciou os ataques contra as comunidades cristãs na Índia. Como foram acolhidas as palavras do papa?

Dom Felix Anthony Machado:- "As palavras do Santo Padre são muito encorajadoras para nós. Fico contente com elas, porque não podemos esquecer o que está acontecendo. Rejeitamos essa injustiça e faço votos de que ela não se repita." (RL)







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