IGREJA NA ÍNDIA GRATA AO PAPA POR APOIO AOS FIÉIS, VÍTIMAS DA PERSEGUIÇÃO ANTICRISTÃ
NO PAÍS ASIÁTICO
Nova Délhi, 08 jan (RV) - A Igreja na Índia acolheu com gratidão as palavras
de solidariedade de Bento XVI para com os cristãos vítimas de perseguições no país
asiático. De fato, a Igreja indiana concluiu há pouco o período de Natal, sob ameaças
de novas violências por parte do integrismo hinduísta, que nos meses passados desencadeou
uma verdadeira perseguição anticristã, provocando indignação do mundo inteiro e grande
preocupação no Santo Padre e em toda a Igreja.
Cerca de 13 mil fiéis do estado
de Orissa – epicentro das violências anticristãs – participaram das celebrações natalinas
nos campos de refugiados onde se encontra até agora, à espera de uma normalidade que
o governo disse querer restabelecer o mais rápido possível.
Sobre a situação
no momento, a Rádio Vaticano ouviu o bispo da Diocese de Nasjik – centro-oeste da
Índia –, Dom Felix Anthony Machado. Eis o que nos disse:
Dom Felix Anthony
Machado:- "A situação melhorou, mas a condição dos refugiados permanece porque
há um grande medo. Embora o governo diga que agora há segurança, devemos entender
que diante do que aconteceu, não é fácil para essa gente retornar logo, porque ainda
tem muito medo."
P. Dias atrás a Corte Suprema indiana ordenou ao estado
de Orissa que continue garantindo a segurança das minorias religiosas. Como essa decisão
está sendo vista?
Dom Felix Anthony Machado:- "Essa é uma decisão
muito boa, porque quando o Supremo Tribunal pronuncia uma sentença como essa, ela
deve ser respeitada. Porém não sabemos o que pode acontecer no futuro. Agora, a prioridade
das notícias está sendo dada aos atentados de Mumbay e às suas conseqüências. Paira
a sombra da guerra e a Igreja está fazendo todo o possível para evitá-la e para enfatizar
a paz."
P. A esse propósito, como a Igreja na Índia está se colocando em
relação ao futuro próximo?
Dom Felix Anthony Machado:- "Nós somos
sempre pela paz, pela liberdade religiosa, pelo diálogo e não somente com palavras,
mas concretamente. Eu encontro muitos hinduístas em minha diocese e muitos pais de
crianças que vêem às nossas escolas ou hospitais. Eles me dizem que a Igreja apóia
realmente a paz, o diálogo, e a liberdade religiosa. Portanto, o caminho da Igreja
é muito claro. Para nós, não existe vingança – porque a palavra vingança não existe
no Evangelho – e somos sempre pela reconciliação, por fazer todo o possível para construir
a paz."
P. Dom Machado, verificaram-se em sua diocese, durante esse período
de Natal, formas e sinais de solidariedade para com os cristãos de Orissa?
Dom
Felix Anthony Machado:- "Demos um grande passo que foi o de passar um Natal de
modo simples. Diminuímos as celebrações externas: o comer, o dançar, as decorações
das casas. Na minha diocese convidei líderes civis e religiosos e com eles rezamos
e fizemos uma reflexão sobre os fatos de Kandhamal em Orissa e sobre os fatos de terrorismo
em Mumbay. As pessoas entenderam que esse não é o caminho a ser seguido."
P.
Em seu discurso para o Dia Mundial da Paz, como também hoje no discurso ao corpo diplomático
no Vaticano, Bento XVI novamente denunciou os ataques contra as comunidades cristãs
na Índia. Como foram acolhidas as palavras do papa?
Dom Felix Anthony
Machado:- "As palavras do Santo Padre são muito encorajadoras para nós. Fico contente
com elas, porque não podemos esquecer o que está acontecendo. Rejeitamos essa injustiça
e faço votos de que ela não se repita." (RL)