2009-01-06 11:30:52

PÁROCO DE GAZA: "É UMA GUERRA CONTRA OS CIVIS, DETENHAM-NA"


Gaza, 06 jan (RV) - "Bombardeios maciços, um grande número de vítimas; os soldados israelenses não mais distinguem entre civis e combatentes, esta é guerra, guerra, guerra; alguém tente detê-la": é a dramática descrição feita pelo pároco da paróquia da Sagrada Família, Pe. Manuel Musallam − único sacerdote católico da Faixa de Gaza −, em entrevista concedida à agência missionária de notícias Misna. O sacerdote conta a enésima tragédia de um povo sem pátria fechado há décadas numa prisão a céu aberto e não ouvido pelo restante do mundo.

O sacerdote diz que os soldados israelenses se encontram na área de seus antigos assentamentos abandonados em 2005. Os bombardeios por céu, terra e mar são contínuos, afirma ele, acrescentando que alguns tiros atingiram objetivos a menos de 20 metros da igreja.

Constata-se um certo desânimo nas palavras do sacerdote, que vê com os seus olhos aquilo que muitos meios de informação continuam escondendo ou fazendo finta de não ver.

"Os israelenses não somente atiram indiscriminadamente, mas estão usando armas novas e mais insidiosas" − afirma ele. Pe. Musallam disse ter conversado com o diretor do maior hospital de Gaza e que este lhe teria falado de corpos com feridas estranhas jamais vistas em Gaza.

Confinados entre os limites estreitos numa faixa de terra de 40Km de cumprimento e 15 de largura, um milhão e meio de pessoas esperam os desdobramentos de um ataque cuja finalidade ainda não conseguem ver com clareza.

"Apesar de o restante do mundo dizer o contrário, mesmo porque impelido por uma informação de parte e desonesta − observa ainda o Pe. Musallam −, foram os israelenses que repetidamente violaram a trégua, não o Hamas."

"Hamas não é um movimento extremista, goza do apoio da população e esse apoio cresceu na última semana. Multiplicar os motivos de ressentimento dos palestinos, como Israel está fazendo matando mulheres, homens e crianças que jamais pegaram numa arma de fogo, só fará distanciar ainda mais a paz" − pondera o pároco de Gaza. (RL)







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