PREMENTE APELO DE 'PAX CHRISTI' PELO FIM DAS HOSTILIDADES PALESTINO-ISRAELENSES
Roma, 05 jan (RV) - Um inferno de horror, morte e destruição, de lutos, dor
e ódio está-se abatendo nestas horas na Faixa de Gaza e no território israelense adjacente
– é o que afirma 'Pax Christi' num apelo pelo fim das hostilidades palestino-israelenses.
O
apelo inicia citando palavras do pároco da paróquia da Sagrada Família, em Gaza, Pe.
Manuel Musallam - único sacerdote católico da Faixa de Gaza -, em que afirma: "O que
está em andamento em Gaza é um massacre, não um bombardeio, é um crime de guerra e
mais uma vez ninguém o diz".
Em seu apelo, 'Pax Christi' dirige-se aos chefes
políticos e militares israelenses, pedindo-lhes que considerem que junto aos milicianos
de Hamas estão atingindo, matando e ferindo centenas de civis palestinos. "Não é possível
que os senhores não tenham calculado isso", é impossível não saber "que em Gaza não
existem objetivos a serem mirados cirurgicamente".
"Não é possível que não
tenham considerado que há muito tempo é a população de Gaza que vive sob embargo,
sem corrente elétrica, sem alimento, sem medicamentos, sem a possibilidade de fuga."
"As
suas cruéis operações de guerra realizam obra de morte contra mulheres, crianças e
homens que não podem escapar nem proteger-se e sobreviver, deixando os hospitais cheios
e os fornos de pão vazios."
Ouçam seus próprios concidadãos que atuam nas organizações
israelenses pela paz – exorta 'Pax Christi' em seu apelo.
"Somos responsáveis
pelo desespero de um povo sob assédio. Hamas há semanas havia declarado que teria
sido possível retomar a trégua desde que Israel reabrisse as fronteiras e permitisse
a entrada das ajudas humanitárias. O governo de Israel escolheu conscientemente ignorar
as declarações de Hamas e cinicamente escolheu, para fins eleitorais, o caminho da
guerra" – afirma o Movimento católico internacional pela paz.
'Pax Christi'
dirige-se também aos chefes de Hamas, pedindo-lhes que considerem que os seus foguetes
artesanais lançados contra cidades israelenses próximas ao confim são instrumentos
ulteriores de destruição e, por sorte, raramente de morte, e criam inutilmente medo
e tensão entre os civis. "São uma absurda e louca reação à opressão sofrida, que se
presta como álibi para uma agressão ilegal" - acrescenta.
E nós homens e mulheres
que pertencemos à sociedade civil – exorta 'Pax Christi' –, fiquemos ao menos um minuto
junto a todos os civis que sofrem. Junto às centenas de palestinos mortos, que para
nós jamais terão um nome e rosto, como as vítimas israelenses. Às centenas de feridos
palestinos e aos felizmente poucos feridos israelenses. A quem perdeu a sua casa.
A quem não pode tratar-se.
Em seguida, todos juntos, levantemos a voz: esse
não é o caminho que levará Israel a viver em paz e segurança. Não é o caminho que
levará os palestinos a viverem com dignidade num Estado sem mais ocupação militar,
livre e soberano. (RL)