2009-01-04 15:46:37

ANGELUS: APELO DO PAPA PELO FIM DO CONFLITO EM GAZA. GUERRA E ÓDIO NÃO SOLUCIONAM PROBLEMAS


Cidade do Vaticano, 04 jan (RV) - Ao meio-dia deste domingo, o Santo Padre assomou à janela de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para a oração mariana do Angelus com os fiéis, peregrinos e turistas que, numerosos, se reuniram na praça para rezar com o papa.

Em sua alocução, o pontífice lançou um premente apelo pelo fim das violências em Gaza e pela paz em toda a Terra Santa. Em seguida, convidou a contemplar o mistério do Natal de Cristo, a fim de que cada um encontre um sentido profundo para a própria vida.

Bento XVI uniu-se aos patriarcas e aos chefes das Igrejas cristãs de Jerusalém, que hoje convidam os fiéis "a rezarem pelo fim do conflito na Faixa de Gaza e a implorarem justiça e paz" para a Terra Santa.

O papa recordou as vítimas, os feridos e aqueles que vivem momentos de dor no coração, que vivem na angústia e no temor, a fim de que Deus os abençoe com a consolação, a paciência e a paz que vêm do Senhor.

"As dramáticas notícias que nos chegam de Gaza mostram como a rejeição ao diálogo leva a situações de dificuldades, que recaem sobre as populações mais uma vez vítimas do ódio e da guerra. A guerra e o ódio não são solução para os problemas. E isso o confirma também a história mais recente. Rezemos, portanto, a fim de que "o Menino na manjedoura"... inspire as autoridades e os responsáveis de ambos os lados, israelenses e palestinos, a uma ação imediata, para colocar fim à atual trágica situação."

No Angelus, o pontífice exortou a contemplar, "após a agitação dos dias passados com a corrida à aquisição de presentes", o mistério do Natal de Cristo, "para colher, ainda mais, seu significado profundo e sua importância para a nossa vida".

Explicando o prólogo do Evangelho de São João, o Santo Padre ressaltou que o evangelista foi uma "testemunha ocular" da "novidade inaudita e humanamente inconcebível" do Deus que se fez homem.

"Não é a palavra douta de um rabino ou de um doutor da lei, mas o testemunho apaixonado de um humilde pescador que, atraído por Jesus de Nazaré, nos três anos de vida comum com Ele e com os outros apóstolos, experimentou o seu amor – tanto que se autodefiniu "o discípulo que Jesus amava" – viu-o morrer na cruz e aparecer ressuscitado, e depois recebeu, com os demais, o seu Espírito. De toda essa experiência, meditada em seu coração, João adquiriu a íntima certeza: Jesus é a Sabedoria de Deus encarnada, é a sua Palavra eterna que se fez homem mortal."

"Para um verdadeiro israelita, que conhece as Sagradas Escrituras – acrescentou o papa – isso não é um contra-senso, pelo contrário, é o cumprimento de toda a antiga Aliança: em Jesus Cristo alcança a sua plenitude o mistério de um Deus que fala aos homens como a amigos, que se revela a Moisés na Lei, aos sapientes e aos profetas."

"Todo homem e toda mulher precisam encontrar um sentido profundo para a própria existência. E para isso não bastam os livros, nem mesmo as Sagradas Escrituras. O Menino de Belém nos revela e nos comunica o verdadeiro "rosto" de Deus, bom e fiel, que nos ama e não nos abandona nem mesmo na morte."

A primeira a abrir o coração e a contemplar "o Verbo que se fez carne" − ressaltou − foi Maria, a Mãe de Jesus. "Uma humilde jovem da Galileia tornou-se, assim, a "sede de Sabedoria"! Como o apóstolo João, cada um de nós é convidado a "acolhê-la consigo (Jo 19, 27), para conhecer profundamente Jesus e experimentar o amor fiel e inexorável". "Este é o meu auspício para cada um de vocês, caros irmãos e irmãs, no início deste novo ano."

Após o Angelus, o papa saudou os participantes do Congresso internacional sobre "Sistema preventivo de Don Bosco e direitos humanos", promovido pelos salesianos. "Trata-se de um tema muito importante – disse – porque também no campo dos direitos do homem é decisivo o aspecto educativo."

O Pontífice saudou ainda os numerosos seminaristas vindos de diversos países, para um encontro formativo do Movimento dos Focolares e, antes de concluir mais este encontro com os fiéis e peregrinos, concedeu a todos a sua bênção apostólica. (RL/AF)







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