Zurique, 03 jan (RV) - Cerca de 150 imigrantes ilegais ocupam, desde o dia
19 de dezembro, a igrejao cristã "Predigerkirche" (Igreja do Pregador), uma das principais
atrações turísticas de Zurique, Suíça. A notícia foi divulgada neste sábado, por alguns
membros da associação "Bleiberecht" (Direito de permanência).
Provenientes
de Argélia, Irã, Iraque, Afeganistão e Serra Leoa, eles protestam contra o "tratamento
burocrático desumano" das autoridades de imigração locais e têm intenção de permanecer
na igreja até receberem o visto de permanência na Suíça.
A associação que
apóia o grupo pede ao cantão de Zurique que aplique a norma para os "casos de rigor".
Essa norma prevê que, após um parecer negativo por parte das autoridades, o imigrante
possa pedir a revisão de seu caso, desde que tenha solicitado asilo e vivido no país
mais de 5 anos.
As autoridades de Zurique − cantão em que vivem mais de 20
mil clandestinos − são consideradas pouco sensíveis aos protestos e estariam adotando
uma linha dura. O chefe da Secretaria Estadual de Migração, Adrian Baumann, rebate
a acusação e diz que apenas cumpre à risca a lei da confederação. Ele admite que,
sob determinadas condições, os cantões podem conceder vistos, mas que os ilegais não
têm o "direito" de obtê-lo.
Estima-se que haja mais de 150 mil imigrantes indocumentados
(os chamados "sans papiers", na França) nessa situação, na Suíça.
Os responsáveis
pela igreja demonstram-se compreensivos com os clandestinos, considerando a questão
como "um problema humanitário". Em geral, as Igrejas cristãs na Suíça oferecem apoio
e assistência aos imigrantes. (CM/AF)