BRESCIA: BÔNUS-BEBÊ, DESDE QUE PAIS SEJAM ITALIANOS. O BISPO PROTESTA
Cidade do Vaticano, 30 dez (RV) - Na tentativa de reverter o índice de natalidade,
a Prefeitura de Brescia, cidade rica do norte da Itália, está oferecendo mil euros
(cerca de R$ 3.400) aos casais que tiverem filhos, na cidade.
A medida, no
entanto, suscita polêmica, por causa do requisito imposto aos casais para receber
o bônus: pelo menos um dos pais precisa ser italiano. O prefeito, o político de direita,
Adriano Paroli, está sendo fortemente criticado seja por seus opositores, seja pelo
bispo de Brescia, Dom Luciano Monari.
Paroli se defende, garantindo que sua
medida não é discriminatória, mas apenas ajuda a combater o "verdadeiro problema"
ou seja, a baixa taxa de natalidade entre os italianos.
Ele argumenta que
os imigrantes representam 15% da população da cidade, mas usam até cinco vezes mais
recursos dos serviços de assistência social. "Esta não é uma política nacionalista,
mas uma resposta a um problema italiano de baixa taxa de natalidade entre as pessoas
jovens" − afirma Paroli.
No opulento norte italiano, os imigrantes representam
uma fatia consistente da população e, geralmente, têm famílias bem mais numerosas
do que os italianos. A maioria trabalha em fábricas, e sua contribuição para a força
econômica da Itália é relevante.
Nesse contexto, Dom Luciano Monari protestou,
defendendo a tese de que os imigrantes também merecem bônus pelo nascimento de seus
filhos. Em Roma, italianos e estrangeiros recebem um bônus do Estado a cada criança
nascida, independentemente de sua nacionalidade. (CM/AF)