(29/12/2008) O Paquistão fez um apelo ao diálogo com a Índia e disse que não pretende
uma guerra com o seu vizinho, mas não aceitará ameaças. Estas posições surgiram no
ponto alto de um crise que ameaça envolver os dois países num conflito. A tensão
indo-paquistanesa está a crescer desde os atentados de Bombaím, há um mês, que a Índia
atribui a militantes islâmicos baseados no Paquistão, com ligações aos serviços de
informação paquistaneses. Nos últimos dias, Islamabad movimentou um número indeterminado
de tropas, das regiões fronteiriças com o Afeganistão para zonas próximas da fronteira
com a Índia. A força aérea paquistanesa está em alerta há pelo menos uma semana e,
segundo a imprensa internacional, os pilotos dormem fardados e de botas. Estes
são sinais de conflito iminente, num contexto volátil para o Paquistão, de crise económica
e profundas divisões sobre a maneira de lidar com os fundamentalistas islâmicos. A
transferência de tropas representa um forte revés para a estratégia americana na região,
pois Washington tem pressionado os paquistaneses para actuarem militarmente contra
os extremistas talibãs, os quais se movimentam facilmente na região noroeste do país.