2008-12-29 14:36:24

Israel: "Guerra sem tréguas" contra Hamas . Apelos à paz chegam de todo o Mundo


(29/12/2008) Israel está a travar "uma guerra sem tréguas" contra o movimento radical islâmico Hamas na Faixa de Gaza, afirmou esta segunda-feira o ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, no parlamento israelita.
Israel lançou sábado uma ofensiva aérea contra a Faixa de Gaza, em resposta aos ataques com 'rockets' lançados daquele território contra localidades israelitas na sequência da suspensão pelo Hamas do cessar-fogo em vigor há seis meses.
Os bombardeamentos israelitas fizeram até ao momento mais de 300 mortos, meia centena dos quais civis, e cerca de 1.400 feridos, segundo fontes hospitalares palestinianas e agências das Nações Unidas.
O ataque contra Gaza mereceu duras críticas internacionais, mas Israel parece estar a preparar uma ofensiva terrestre, pois concentrou tropas e carros de combate junto à fronteira. O Governo também aprovou a mobilização de 6500 reservistas. O conflito ameaça alargar-se ao Sul do Líbano e o primeiro-ministro de transição israelita, Ehud Olmert, terá afirmado no conselho de ministros de ontem que "esta será uma operação longa, difícil e dolorosa".


Os palestinianos já têm a sua dose de dor. Embora Israel afirme que 97% das vítimas dos seus raides eram membros do Hamas e que os 230 alvos não passavam de "infra-estruturas terroristas", o facto é que entre as vítimas estavam crianças, nomeadamente alunos de uma escola anexa a uma das casernas do Hamas que foi destruída.
Os pedidos de paz e contenção a israelitas e palestinianos chegam de todo o Mundo. Da Ásia, a China e o Japão pedem o cessar-fogo de ambas as partes. No EUA, Barack Obama mostrou-se determinado a trabalhar pela paz e Ban Ki-moon, o secretário-geral das Nações Unidas, juntou a sua voz ao apelo do Conselho de Segurança para que se pare com a violência no Médio Oriente.
 O Japão pediu contenção a Israel e aos activistas palestinianos para cessarem os tiros de foguetes contra o Estado hebreu, como reacção à ofensiva israelita em Gaza.
A China pressionou esta segunda-feira Israel a cessar imediatamente as suas operações militares na Faixa de Gaza, apelando às partes para que façam algo para que a tensão diminua.
"O Mundo está preocupado com o processo de paz no Médio Oriente. Recorrer à força armada para resolver os diferendos, nomeadamente matar e ferir cidadãos comuns, vai contra estes esforços".
A China "apela fortemente às partes envolvidas para cessar imediatamente as suas operações militares e adoptar medidas realistas para diminuir a tensão em Gaza", acrescentou o vice-primeiro-ministro, durante uma visita oficial de quatro dias ao Kuwait.
Li Keqiang sublinhou que o seu país, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, "sempre apoiou o processo de paz no Médio Oriente e os esforços de uma parte e de outra, especialmente das nações árabes, para conseguir uma paz justa e completa".
O presidente norte-americano eleito, Barack Obama , está "determinado" a trabalhar pela paz no Médio Oriente, indicou domingo um dos seus conselheiros, após um dos dias mais sangrentos em 60 anos de conflito israelo-palestiniano.
Barak Obama "supervisiona a situação", assegurou Axelrod, sublinhando que "durante este período de transição há apenas um presidente e que o presidente (George W.) Bush fala em nome dos Estados Unidos até 20 de Janeiro".
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, juntou-se domingo ao Conselho de Segurança da ONU que apelou à cessação de todas as violências à Gaza e no Sul de Israel.
O Conselho de Segurança da ONU, reunido de urgência, aprovou domingo um texto não vinculativo que reclama "a cessação imediata de qualquer violência", apelando às partes em conflito "a parar imediatamente todas as actividades militares", sem mencionar Israel ou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
A posição de várias potências é semelhante, não demasiado condenatória de Israel, em contraste com a indignação de países muçulmanos, como Irão ou Líbia. Na Arábia Saudita foi até emitida uma fatwa (decreto religioso) que exorta os muçulmanos a atacarem os israelitas em qualquer local do mundo.








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