SANTA SÉ CONDENA VIOLÊNCIA NO ORIENTE MÉDIO

Jerusalém, 27 dez (RV) - Cerca de 190 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas no ataque israelense à Faixa de Gaza, neste sábado.

O ataque aéreo tinha por objetivo destruir bases do grupo radical Hamas. De acordo com fontes palestinas, a ação israelense provocou graves danos a estruturas em muitas áreas, e deixou dezenas de pessoas soterradas. A Defesa de Israel emitiu um comunicado, dizendo que o alvo dos ataques aéreos era a "infra-estrutura terrorista" e que as ações "vão continuar e serão ainda mais duras, se necessário".

O recrudescimento da violência no Oriente Médio preocupa a comunidade católica local, como afirma o custódio da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa: "Esta incursão _ que tememos ser somente o início _ foi há muito tempo anunciada por Israel. Estamos em campanha eleitoral e todos devem mostrar sua força. As provocações de Hamas também eram evidentes. Infelizmente, estamos dentro de um roteiro já escrito, e várias vezes revisto."

Também o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, se pronunciou: "O ataque das forças armadas de Israel contra as bases e as estruturas de Hamas na Faixa de Gaza era aguardado desde que, expirada a trégua, dias atrás, o lançamento de mísseis e tiros de morteiro de Gaza foi retomado."

Para Pe. Lombardi, mesmo esperada, a reação israelense impressiona por suas proporções e pelo número de vítimas. "Muito provavelmente, as operações militares continuarão e as vítimas crescerão ainda."

Com a violência, afirmou Pe. Lombardi, o ódio crescerá ainda mais, e as esperanças de paz voltarão a distanciar-se. De um lado, este ódio ofusca as vias de paz e, de outro, aguça a inteligência para as vias da morte.

"Hamas é prisioneiro de uma lógica de ódio. Israel é prisioneiro de uma lógica de confiança na força, como melhor resposta ao ódio. É preciso continuar a buscar uma saída diferente, mesmo que pareça impossível" _ concluiu.

No ínterim _ acrescentou Pe. Lombardi _ não devemos chegar a nenhuma conclusão precipitada no que concerne à viagem do papa à Terra Santa. A viagem está sendo organizada e assim continuará, apesar dos pesares, embora ele ainda não tenha anunciado oficialmente. (BF/AF)