CARDEAL DE HONG KONG: "HOMEM MAIS IMPORTANTE DO QUE O DINHEIRO"
Hong Kong, 23 dez (RV) - O Cardeal Joseph Zen Ze-kiun aproveitou a ocasião
do Natal, para recordar a beleza da simplicidade: "Em princípio _ disse _ não sou
contrário a presentes luxuosos ou ceias suntuosas, mas este ano, enquanto pensamos
em Cristo, que nasceu na manjedoura, temos que refletir sobre as causas do tsunami
financeiro que abalou a economia global."
Na carta endereçada aos fiéis, o
bispo de Hong Kong denuncia os gastos desmedidos, a ambição pelo dinheiro fácil, a
administração irresponsável da economia, e os líderes que se negam a dar respostas
ao povo e não cumprem o dever de controlar o mercado financeiro. Ele explica que a
mensagem de Natal é radicalmente oposta, porque coloca em evidência realidades como
a pobreza e a frugalidade.
O Cardeal Ze-kiun exorta a reflexões concretas
sobre a crise econômica global, afirmando que "os mais ricos podem se apegar a suas
ações na bolsa, hoje desvalorizadas, e aguardar outra ocasião para lucrar". "Mas a
economia real já está prejudicada: pequenas e médias empresas já estão excluídas do
mercado; muitos perderam o emprego e não podem pagar seus mútuos, não têm mais condições
de manter suas famílias" _ sublinha.
O cardeal convida as pessoas a não correrem
riscos, gastando dinheiro antes mesmo de ganhá-lo. "Cristo _ diz ele _ nos dá um presente:
o espírito da simplicidade, a virtude da frugalidade."
O Cardeal Joseph Zen
Ze-kiun recorda que, "na hospedaria não havia lugar para José e sua esposa grávida,
que estava prestes a dar à luz o Menino. Jesus nasceu na manjedoura, mas sorriu à
sua mãe. Em seu abraço, sentiu como se ainda estivesse no paraíso. A ternura e a fidelidade
de José geraram no Menino uma sensação de segurança muito mais forte do que a oferecida
por mil soldados".
O grande ensinamento _ prosseguiu o purpurado _ é que "a
maior riqueza são o calor e o afeto". Neste Natal, "Cristo nos encoraja a nos esquecermos
de nós, a preocuparmo-nos com os nossos irmãos e irmãs mais pobres e a fazermos com
que todos possam ter um Natal caloroso e sereno".
No final da carta, o Cardeal
Ze-kiun escreve que o Salvador nasceu para todos os homens e mulheres: "Para mim,
para vocês e para o último de nossos irmãos." (CM/AF)