PÁROCO DE GAZA: NATAL DA PEQUENA COMUNIDADE CRISTÃ LOCAL SERÁ TRISTE COMO OS OLHOS
DAS CRIANÇAS
Jerusalém, 20 dez (RV) - Ao falar sobre o Natal na Faixa de Gaza _ nos territórios
palestinos _ o pároco de Gaza, Pe. Manuel Musallam, disse que a pequena comunidade
cristã local viverá um Natal triste, marcado pelas lágrimas das crianças. O sacerdote
afirmou que o bloqueio israelense não permitiu que a comunidade fizesse as decorações
natalinas.
De fato, falando ao Serviço de Informação Religiosa (SIR), Pe. Musallam
destacou que a comunidade não dispõe de papel, cores e luzes, e não tem árvores para
enfeitar, pois muitas foram cortadas para uso doméstico. As famílias não têm dinheiro
e não podem comprar pequenos presentes para seus filhos.
Efetivamente, é desolador
o quadro traçado pelo pároco de Gaza, feito justamente no dia em que o Hamas decretou
o fim da trégua com Israel. Apesar disso _ disse ele _ "buscaremos honrar o nascimento
de Jesus com alegria".
O sacerdote disse que, neste domingo, 21, o patriarca
latino de Jerusalém, Dom Fuad Twal, celebrará a missa de Natal.
"Embora estejamos
sob assédio, será feita uma exceção para o patriarca. Às 9h locais Dom Twal atravessará
a passagem de Erez, onde será acolhido também por membros da al Fatah e do Hamas,
e às 10h teremos a celebração na paróquia da Sagrada Família. Logo a seguir, terá
lugar um simples coquetel e um momento de festa, durante o qual as crianças da escola
paroquial encenarão a parábola do filho pródigo" _ acrescentou Pe. Musallam.
O
sacerdote disse ainda, que o Natal em Gaza terá outros momentos litúrgicos, como a
Missa do galo, que será celebrada nas dependências da escola da Sagrada Família, com
capacidade para acolher mais de 250 fiéis.
"Não sei quantos fiéis participarão
dessa vigília, mas se Israel conceder vistos para sair de Gaza, muitos irão a Belém;
creio que, mesmo assim, teremos ao menos 150 pessoas" _ ponderou Pe. Mussalam.
"Peço
a todos os jovens cristãos do mundo que, na oração dos fiéis no Natal, se recordem
de Gaza, a fim de que a paz e a reconciliação voltem a resplandecer nesta faixa de
terra" _ foi o apelo final do sacerdote. (RL/AF)