DECLARAÇÃO FINAL DO ENCONTRO BILATERAL ENTRE SANTA SÉ E ISRAEL
Jerusalém, 20 dez (RV) - Concluiu-se na quinta-feira, na sede do Ministério
do Exterior de Israel, em Jerusalém, a reunião da Comissão bilateral permanente entre
a Santa Sé e o Estado de Israel.
Durante os dois dias de trabalhos, os participantes
manifestaram a vontade de resolver as diferenças, para a aplicação do Acordo fundamental
(Fundamental agreement) assinado no dia 30 de dezembro de 1993, que permitiu
o estabelecimento de relações diplomáticas entre Israel e o Estado do Vaticano.
A
delegação israelense foi guiada pelo ministro das Relações Exteriores israelense,
Aaron Abramovich, enquanto a delegação da Santa Sé era chefiada pelo subsecretário
das Relações com os Estados, Mons. Pietro Parolin, acompanhado, entre outros, pelo
secretário da Congregação para as Igrejas Orientais, Dom Antonio Maria Vegliò, e pelo
núncio apostólico em Israel, Dom Antonio Franco.
Ao término da reunião, foi
divulgado um comunicado conjunto, no qual se informa que "a Comissão de trabalho realizará
os próximos encontros nos dias 15 de janeiro, 18 de fevereiro, e 5e 26 de março",
e se anuncia também, que a próxima reunião plenária _ prevista para junho de 2009
_ será antecipada para 23 de abril.
Com essas reuniões _ afirma o texto _ as
duas delegações querem demonstrar a própria vontade de "acelerar o diálogo e concluir
o acordo, o mais breve possível".
Como nos precedentes comunicados, também
este último fala de "atmosfera de grande cordialidade e de boa vontade", de trabalho
voltado a "alcançar o mútuo desejado acordo" e de intercâmbio "significativo e útil".
O
anúncio sobre a intensificação do diálogo é extremamente significativo _ também da
perspectiva de uma eventual visita de Bento XVI à Terra Santa _ porque, nos últimos
tempos, as negociações progrediram muito lentamente. De fato, de 2002 a 2007 estavam
quase que estagnadas.
As negociações buscam alcançar um acordo sobre as questões
pendentes acerca das propriedades eclesiásticas e de impostos, a fim de que a Igreja
possa ter a segurança jurídica e fiscal que lhe permita desempenhar sua missão.
Quando
a Santa Sé estabeleceu relações diplomáticas com o Estado de Israel, em 1993, como
gesto de boa vontade João Paulo II optou por propor um "Acordo fundamental" e negociar,
sucessivamente, os detalhes das questões.
Para Bento XVI, esses colóquios
têm grande importância para a consolidação da presença da Igreja na Terra Santa. (SP/AF)