Comunicado da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) sobre a visita do
Santo Padre, Bento XVI, a Luanda, previsto para 20-23 de Março de 2009.
(19/12/2008) Uma grande alegria vos queremos anunciar: O SANTO PADRE VEM A ANGOLA!
Ele aceitou o convite feito pelos vossos Bispos e, mais uma vez, não somente o nosso
País mas, através dele, a África inteira vai ter a honra de receber a visita do Sucessor
de Pedro. Sim, o Papa é, desde há vinte séculos, o sucessor daquele a quem Jesus
afirmou: “TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESTA PEDRA EDIFICAREI A MINHA IGREJA” (Mt 16,18).
Daqui se infere que a Igreja de Cristo só está onde está a pedra sobre a qual
a mesma Igreja foi edificada. E essa pedra é Pedro, hoje presente na pessoa do seu
sucessor, o Bispo de Roma, que é o Papa Bento XVI. O Primado de Pedro foi reconhecido
pelos outros Apóstolos desde o dia em que ele, levantando-se no meio dos irmãos, presidiu
à eleição de Matias, o primeiro Bispo eleito pelo Papa (Act 1,15ss); e desde o dia
do Pentecostes, em que Pedro tomou a palavra, no meio dos outros Apóstolos, e falou
à multidão convertendo “cerca de três mil almas” (Act 2,41). Ora,
da mesma forma que então os outros Apóstolos reconheceram em Pedro o alicerce da Igreja,
também hoje os Bispos reconhecem no Papa o sucessor de Pedro, ou seja, a pedra sobre
a qual está fundada e garantida a perenidade da mesma Igreja. Ao receber o Papa,
não é somente o nosso País que fica honrado mas, em certo modo, todo o nosso Continente.
Porém, passa por nós a responsabilidade de corresponder a tamanha honra. E então,
se nobreza obriga, nós estamos obrigados a manifestar a nossa nobreza correspondendo
ao que esta augusta visita exige de nós. Ora, que é o que ele exige de nós? Certamente,
exige uma preparação digna de tão augusto visitante, proporcionando-lhe as condições
de acolhimento que lhe são devidas. Mas exige mais do que isso. Exige também uma preparação
espiritual e cristã que nos torne capazes de assimilar e frutificar a mensagem que
o Papa nos vem trazer. Os destinatários desta mensagem não seremos exclusivamente
nós, os Católicos. Mas seremos todos nós os Angolanos e , através de nós, todos os
homens e mulheres de boa vontade. De facto, o que o Papa nos vem dizer inspira-se,
com certeza, no Evangelho. E o Evangelho destina-se a todos os homens de todos
os credos, como a qualquer homem que se considere sem credo nenhum. E a este, a caso
com mais razão. Isto não significa que a palavra do Papa venha a ignorar os problemas
humanos que nos preocupam. Longe disso. É profissional missão do ministério petrino
iluminar as realidades terrenas com a luz da palavra de Deus. Sabemos que o Papa,
por isso mesmo, já colheu informações sobre os grandes problemas que preocupam o povo
Angolano. Não quer isto dizer que o Santo Padre venha aqui resolver os nossos problemas
técnicos e económicos. Não é missão da Igreja ensinar “como vão os Céus” mas,
sim, como se vai para o Céu. O Santo Padre, como é seu desejo, encontrar-se-á
com pessoas das mais diferentes categorias religiosas, sociais e políticas: jovens,
casais, Padres Irmãs, etc. Quando o programa obtiver os últimos acertos, o mesmo será
convenientemente divulgado. Resta-nos fazer aqui um apelo para que todos correspondamos
ao objectivo desta visita. E corresponderemos, se dispusermos o nosso coração para
acolher, de forma dócil e eficaz, a palavra que o Augusto Pontífice nos vem trazer.
Angola foi o primeiro País subsariano a receber a luz do Evangelho. Vamos timbrar
em manter esta primazia também na vivência e difusão do mesmo Evangelho. Será
esta a melhor forma de agradecer a visita do Papa e de corresponder às suas expectativas.
Que o imaculado coração de Maria, Padroeira de Angola, nos assista a todos, nesta
vivência histórica da nossa fé. Assim o esperamos. Assim seja. Luanda, 16
de Dezembro de 2008 Os Bispos de Angola