CHINA ANUNCIA PREMISSAS PARA REATAR RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM O VATICANO
Pequim, 19 dez (RV) – As relações entre a China e o Vaticano poderão melhorar,
se a Santa Sé cortar os laços diplomáticos com Taiwan, e se deixar de "usar a religião
para interferir nos assuntos internos" do gigante asiático. Essa é a condição sine
qua non, que chega de Pequim, com o objetivo de nortear o difícil processo de
reaproximação entre a China e o Estado do Vaticano.
O chefe do departamento
chinês que se ocupa das minorias religiosas e étnicas _ Du Qinglin _ disse que cabe
à Santa Sé dar o primeiro passo para melhorar as relações recíprocas. "O Vaticano
não deve interferir nas questões de política interna chinesas, nem usar a religião
para se intrometer em nossos assuntos internos" _ disse Du Qinglin, citado pela agência
Xinhua. Além disso _ acrescentou ele _ "a Santa Sé deve romper as relações diplomáticas
com Taiwan".
"Somente com base nessas duas premissas, as duas partes podem
estabelecer um diálogo construtivo, superar as dificuldades, atenuar as distâncias
e progredir rumo à consolidação de relações amistosas.
Cerca de um terço dos
12 milhões de católicos chineses pertencem à Igreja Católica "clandestina", cujo clero
permanece fiel ao papa e à Igreja de Roma. Um dos maiores obstáculos à normalização
das relações diplomáticas, interrompidas em 1949, é a nomeação dos bispos, uma prerrogativa
da Igreja de Roma, contestada pela Associação Católica Patriótica, organismo semi-estatal,
que congrega os dois terços restantes dos católicos, assim como o clero que reconhece
a autoridade de Pequim. (AF)