2008-12-16 17:46:02

AUMENTO DA VIOLÊNCIA LEVA JOVENS A EMPUNHAREM ARMAS, DENUNCIA BISPO FILIPINO


Manila, 16 dez (RV) - Nas Filipinas, os confrontos do último do mês, entre o exército governamental e as tropas rebeldes da Frente Moro de Libertação Islâmica levaram muitos jovens católicos de Basilan _ ilha ao sul de Mindanao _ a empunharem as armas, para se defenderem.

O alarme foi lançado pelo bispo da prelazia de Isabela, Dom Martin Jumoad, que acompanha "com apreensão" os desdobramentos da situação, porque são um sinal de um "retorno da cultura das armas em Basilan".

Segundo o prelado, "jovens de 15 anos estão-se armando. É uma dor muito grande porque, além de se tratar de garotos ainda muito jovens, são também católicos" _ denuncia o bispo.

Diante da escolha da resistência armada por parte dos jovens, os habitantes dos vilarejos de Canas, Fallih, Mahayahay e Cabcaban _ pertencentes à paróquia de Maluso _ iniciaram as operações de evacuação.

Dom Jumoad informa que os residentes estão abandonando suas casas, indo para áreas mais seguras, por causa de um sentido sempre mais difuso de desconfiança em relação às autoridades. As forças da ordem não estão mais em condições de garantir a incolumidade das pessoas.

O bispo da prelazia de Isabela iniciou contatos com a polícia, para afrontar a emergência, e pede a ajuda das organizações religiosas, para promover um diálogo com as divisões especiais do exército.

Os confrontos registrados desde 28 de novembro passado entre os soldados filipinos e os rebeldes da Frente Moro de Libertação Islâmica causaram a morte de 11 pessoas, entre as quais 3 civis.

A nova onda de violência teve início com a ofensiva lançada pelos militares contra os milicianos de Abu Sayyaf, principais indiciados pelo seqüestro de Merlie Mendoza e Esperancita Hupida, duas voluntárias seqüestradas no dia 15 de setembro passado, por um grupo armado, na ilha filipina de Basilan.

O chefe de Human Rights Watch, Manar Saliddin, pede aos militares que ponham fim à sangrenta guerra, porque ela atinge, sobretudo, a população civil.

Mesmo desejando a paz para a província, o bispo de Isabela _ capital de Basilan _ reconhece que uma interrupção das operações militares "permitiria aos terroristas reorganizar-se e continuar as atividades criminosas". (RL)







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