Madri, 15 dez (RV) - O cardeal-arcebispo de Madri, Antonio María Rouco Varela,
presidente da Conferência Episcopal Espanhola, condenou, nos dias passados, a indiferença
e o silêncio mantidos, segundo ele, diante do terrorismo.
No pronunciamento
que fez no encerramento do "VI Seminário de Informação, Vítimas e Terrorismo", organizado
pelo Observatório Internacional das Vítimas do Terrorismo, da Fundação Universitária
São Paulo, o purpurado reafirmou que "não se pode permanecer neutros diante do terrorismo;
quem se cala é responsável por sua existência".
Durante a conferência, o Cardeal
Rouco Varela recordou a Instrução Pastoral sobre "Avaliação moral do terrorismo na
Espanha, das suas causas e das suas conseqüências", publicada pela Conferência Episcopal
Espanhola em novembro de 2002, sublinhando a importância que ela dá ao fenômeno do
terrorismo, definido "intrinsecamente perverso".
Por isso, o purpurado explicou
que o terrorismo "não pode ser justificado do ponto de vista moral". Ao mesmo tempo,
expressou confiança na conversão dos terroristas, no momento em que eles reconheçam
"a maldade intrínseca do terrorismo e demonstrem o desejo de reparação". "Não se pode
se cristão, se não se rejeitar com força o terrorismo" _ sublinhou o cardeal.
Enfim,
citando ainda a Instrução Pastoral de 2002, o Cardeal Rouco Varela destacou que o
diálogo mencionado no documento não se refere "ao diálogo com a ETA, mas sim àquele
entre as diversas instituições, para melhorar as formas de convivência, em termos
de liberdade e justiça". (SP)